Eleições municipais têm o efeito elevador para os partidos, enquanto uns sobem, os outros descem. Quem aperta o botão primeiro tem vantagem e a construção para quem se eleva começa anos antes com planejamento e articulação.
Nesse ano, o Democratas se tornou o terceiro maior partido do Estado em número de prefeitos, elegendo 25 no total. Foi um dos que mais cresceu nesse quesito, se comparado a 2016, quando elegeu 17 prefeitos. O DEM elegeu ainda 23 vice prefeitos e 232 vereadores. É um dos aumentos mais relevantes, junto com o Cidadania, do governador João Azevêdo, o Progressistas e o Republicanos.
A nível nacional o Democratas foi o partido que obteve o melhor desempenho do país no primeiro turno, ao eleger 3 prefeitos nas capitais (Salvador, Curitiba, Florianópolis) e ainda continua na disputa em mais 2 (Rio de Janeiro e Macapá). Foi também o maior crescimento em número de prefeitos eleitos nacionalmente, chegando a 460 prefeitos no Brasil.
Efraim Filho, líder nacional do DEM na Câmara dos Deputados afirmou que “esse resultado é fruto da capacidade de diálogo, da identidade com a agenda da boa gestão municipal e da sintonia com o cidadão nos temas que importam diretamente na sua vida”.
E em João Pessoa?
A liderança nacional que Efraim exerce em Brasília, também inspirou o desempenho do partido na Paraíba. Porém, em João Pessoa os números vão na contramão das eleições no resto do estado. O partido não conseguiu votação expressiva para o candidato Raoni Mendes, que obteve apenas 15.582 votos. Além disso, o DEM não conseguiu eleger nenhum vereador, o mais votado do partido foi Ruan Martins, com 1.839 votos.
Na votação geral dos votos válidos, o Democratas chegou a pouco mais de 7 mil votos, bem longe dos 13.540 necessários para conseguir uma vaga na Câmara Municipal. O fato é que o DEM não vem apresentando tradição na disputa por uma cadeira, já em 2016, não havia elegido nenhum candidato.
A direção municipal do partido parece ter se visto sem nomes interessantes para capitalizar votos, além da candidatura própria enfraquecer as campanhas dos vereadores. Antes disso, chegou a se cogitar que o partido poderia apoiar Cícero Lucena (Progressistas) e fazer parte de uma coligação maior.
O apoio acabou vindo apenas no segundo turno e, ao receber o apoio do DEM, Cícero incorporou propostas da legenda. Como o próprio candidato afirmou “agrega as propostas apresentadas pelo partido nas eleições deste ano”. Com isso, as propostas não poderiam ter sido unificadas no primeiro turno?
Isso não seria garantia de conseguir a votação necessária, mas poderia ajudar. Partidos de menor expressão, como o PMB e PRTB, que fizeram parte da coligação de Cícero, conseguiram atingir o quociente para conquistar cadeiras.
Fora da curva
Entre os partidos considerados vencedores das eleições municipais na Paraíba: Cidadania, Progressistas e o próprio Democratas, apenas o DEM esteve na contramão em João Pessoa. O CID e o PP estavam juntos na coligação e elegeram 3 vereadores cada, formando a maior bancada na Câmara.
Além das 25 cidades que elegeram prefeitos dos democratas, o partido ainda agregou cidades que tiveram prefeitos eleitos por outras legendas, chegando a 34 municípios. Com isso, Efraim já mira as eleições de 2022: “[o resultado] posiciona o Democratas com força e envergadura política para sentar à mesa como protagonista nas definições das chapas para 2022. Temos base popular, temos líderes e um grupo coeso e unido que tem feito a diferença”.
O avanço do partido no estado é significativo e faz parte da busca popular por candidaturas de centro. Com números expressivos tem o que comemorar, mas precisa agora de planejamento para ganhar espaço na capital.
Fonte: Samuel de Brito
Créditos: Samuel de Brito/Polêmica Paraíba