O MPF (Ministério Público Federal) determinou a abertura de inquérito para apurar suspeitas de que a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) esteja direcionando verba publicitária para sites ideológicos alinhados ao governo do presidente Jair Bolsonaro. O pedido de abertura do inquérito, conduzido pela Procuradoria da República no Distrito Federal, foi feito na segunda-feira.
O inquérito vai apurar acusações feitas pela PFDC (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão), órgão vinculado ao MPF, que, na semana passada, acusou o governo federal de “falta de transparência” na aplicação da verba da Secom.
Segundo representação movida pela PFDC, essa “falta de transparência” pode levar à “má aplicação dos recursos públicos, eventuais direcionamentos por motivação pessoal ou político-ideológica” e “censura indireta” a veículos não alinhados com o governo.
O inquérito foi aberto em meio à repercussão causada pela revelação de que a Secom e o Banco do Brasil pagaram por anúncios em sites que divulgam informações falsas ou que são alinhados ao governo Bolsonaro.
Na semana passada, o perfil Sleeping Giants Brasil, no Twitter, revelou que o Banco do Brasil pagou por anúncios no site Jornal da Cidade Online, que, em 2018, publicou notícias falsas sobre as eleições presidenciais.
Após a revelação, o comando do Banco do Brasil informou que deixaria de anunciar no site, mas o chefe da Secom, Fábio Wajngarten, criticou a postura do banco e disse que o governo estaria “contornando a situação”.
Dois dias depois, o Banco do Brasil anunciou que recuou da decisão e voltou a permitir a veiculação de publicidade estatal no site.
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República disse que “não direciona a alocação de investimentos publicitários a qualquer veículo”. “Há transparência na destinação das verbas de campanhas institucionais bem como os critérios técnicos adotados para a escolha dos meios e dos veículos”, completou.
Fonte: O Vale
Créditos: O Vale