Para a grande maioria dos parlamentares governistas e de oposição, o preferível é entregar o comando no STF da Operação Lava Jato a um ministro menos rigoroso que Teori Zavascki.
Em tese, isso parece fácil para quem, há meses, se dedica aos mais mirabolantes planos para barrar a lava jato. A parada pode ser resolvida por uma indicação do presidente Michel Temer e o aval do Senado Federal, cujos caciques não escondem a intenção de melar as investigações.
Por essa ótica, Temer está com a faca e o queijo na mão. Pode até escolher um ministro que não pareça uma clara tentativa de “estancar a sangria. Basta apenas que ele seja “cioso” e opte por rever procedimentos, o suficiente para embaralhar a gigantesca Lava Jato.
Na prática, no entanto, as coisas não são tão simples. A comoção com a morte de Teori vai gerar uma enorme pressão popular para o STF, diante da tragédia, pisar no acelerador e não no freio. Por esse ângulo, não dá para interromper o processo até que Temer escolha um substituto e ele seja aprovado pelo Senado.
Quem conhece de perto o Supremo aposta que, no curto prazo e questões mais urgentes, a ministra Cármen Lúcia defina que, nas decisões plenárias, o ministro-revisor da Lava Jato Luís Roberto Barroso, substitua Teori. E, na Segunda Turma do STF, o ministro Celso de Mello, que lá é o substituto de Teori, desempenhe o mesmo papel.
Já em relação ao substituto de Teori no Supremo, o país inteiro vai estar de olho. Uma escolha sob medida para os políticos e empresários envolvidos no maior esquema de corrupção da nossa história não será aceita pelas ruas.
Se aceitar a pressão dessa turma, Temer corre o risco de usar a faca para se cortar. Ele entraria no olho do furacão.
Fonte: https://osdivergentes.com.br/andrei-meireles/morte-de-teori-pode-levar-temer-ao-olho-do-furacao-da-lava-jato/
Créditos: Por Andrei Meireles