Morreu na noite desta terça-feira José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, aos 80 anos. Foi um dos nomes marcantes na história da ditadura. Ele atuou como agente duplo durante o regime militar. Em 2004, ele entrou com um requerimento na Comissão de Anistia, que negou sua reintegração na Marinha e o direito à indenização de anistiado político. Faleceu em Jundiaí (SP). Estava com uma infecção renal.
Anselmo argumentou que foi perseguido pelos militares e chegou a ficar preso dois anos naquele período. A partir da prisão, passou a colaborar com os militares e teria dado informações aos órgãos do regime que levou a prisão e morte de sua própria esposa, a paraguaia Soledad Barret, que estava grávida.
Ele recorreu da negativa da Comissão de Anistia e, em junho de 2020, a ministra Damares Alves, indeferiu seu recurso de reconsideração.
Em entrevista à coluna Radar, da revista Veja, há menos de dois anos, ele afirmou que afirmou que agiu de dos dois lados, mas que seria justo sua reintegração à Marinha.
“Nem fui ouvido (na comissão). Eu queria somente a isonomia como todos os outros marinheiros, como fui expulso. Fui julgado pela 2ª Auditoria, fui expulso da Marinha, tive meus direitos políticos cassados. Por uma questão de consciência fui viver em Cuba. Resolvi que aquele não era o regime para o Brasil, que era um país cristão. Aí, colaborei realmente com a polícia por dois anos. Mas nunca matei ninguém. Nunca fui nada operacional dentro do trabalho da polícia. Esperava pelo menos a isonomia como aposentadoria. O direito desumano me atingiu”, disse Cabo Anselmo à Veja.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba