Com a demissão do ministro da Justiça, Sérgio Moro, nesta sexta-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro avalia indicar para o posto o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Próximo da família Bolsonaro, Oliveira é considerado um dos ministros mais fortes do governo e um dos principais conselheiros do presidente.
Também é cotado para o cargo o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que é amigo do presidente. Em entrevista ao Estado, o governador Ibaneis Rocha (MDB), que se reaproximou do presidente nos últimos dias, disse que seu secretário seria um “ministro 100 vezes melhor” do que o ex-juiz da Lava Jato.
Entretanto, a escolha de Jorge Oliveira para o Ministro da Justiça é considerada segura entre aliados e interlocutores do presidente. O ministro é filho do capitão do Exército Jorge Francisco, morto em 2018, que por 20 anos foi chefe de gabinete de Bolsonaro.
Advogado e major da Polícia Militar, Oliveira foi chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ele iniciou o governo no comando da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), mas foi promovido a ministro ao assumir a Secretaria-Geral da Presidência, em junho de 2019.
Em pouco tempo, se tornou um dos mais influentes ministros do governo. Considerado discreto e de extrema confiança, Oliveira também passou a ser cotado para ser indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Moro anunciou sua saída do governo em pronunciamento nesta sexta-feira, após o presidente oficializar a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. O ministro considerou a troca “de cima para baixo” uma interferência no órgão de investigação.
A decisão do presidente de mudar o comando da PF ocorre dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a abertura de inquérito para investigar quem organizou e financiou manifestações em defesa da ditadura, no domingo. Bolsonaro participou de um ato com esse teor diante do QG do Exército, em Brasília. Ficou irritado depois que alguns de seus aliados entraram na mira da Polícia Federal.
Fonte: Estadão
Créditos: Estadão