Hoje, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou bombons para explicar o congelamento de 30% do orçamento das universidades públicas do país.
Em um esforço didático, Weintraub, formado em economia pela USP (Universidade de São Paulo), levou 4 caixas com 25 chocolates cada para representar o orçamento das universidades brasileiras. E disse:
“A gente está pedindo simplesmente que, 3 chocolatinhos, desses 100 chocolates, 3 chocolatinhos e meio… Deixa eu só cortar aqui, presidente. 3 chocolatinhos e meio. Esses 3 chocolatinhos e meio a gente não está falando para a pessoa que vai cortar. Não está cortado. Deixa para comer depois de setembro. É só isso que a gente tá pedindo. Isso é segurar um pouco”.
A analogia deixa espaço para dúvidas:
- O contingenciamento de 30% do orçamento das universidades foi reduzido para 3,5%?
- Houve equívoco na comparação – e o correto teria sido destacar 30 chocolates para a representação? Há uma semana, o ministro havia anunciado que a avaliação de alfabetização infantil do país custaria R$ 500 mil. O valor real, no entanto, era 1.000 vezes esse: R$ 500 milhões.
Procurado, o MEC até o momento não explicou se houve um equívoco, ou se o percentual contingenciado diminuiu. A informação será atualizada nesse texto.
Há dois dias, Weintraub discordou do uso do termo “corte” em relação ao orçamento das universidades. Disse que haveria “contingenciamento”, e que os termos não são sinônimos – o que sinalizaria intenção de liberar os valores posteriormente.
Elogio a pesquisas
Em meio ao anúncio de cortes, Bolsonaro dedicou a maior parte de sua transmissão semanal para destacar pesquisas e citou o nome de diversas universidades, incluindo a UFCE, Mackenzie e Instituto de Pesquisa Militar.
Destacou a pesquisa sobre o uso da pele de tilápia para o tratamento de queimados, desenvolvida pelo médico pernambucano Marcelo Borges, que poderá ser incorporada pelo SUS no tratamento de pacientes. O estudo é financiado com dinheiro privado.
O presidente também voltou a falar do grafeno. Disse ter tido contato com pesquisador brasileiro que se especializou em separar grafeno de grafite e que será um salto se o país conseguir a patente da separação do material. “O grafeno é uma realidade”, disse.
Fonte: Uol
Créditos: Uol