A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de inquérito para investigar o senador Romário (Podemos-RJ), a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e outros oito deputados por suspeita de uso irregular de verba destinada à atividade parlamentar. A ministra atendeu a um pedido do vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros.
De acordo com o vice-procurador, os parlamentares fazem parte de “um forte esquema de falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro”. O caso envolve a contratação da empresa Atos Dois Propaganda e Publicidade Ltda (Xeque Mate Comunicação e Estratégia).
São investigados também os deputados Sérgio Brito (PSD-BA), Carlos Henrique Amorim (DEM-TO), Silas Câmara (Republicanos -AM), Danilo Jorge de Barros Cabral (PSB-PE), Fábio de Almeida Reis (MDB-SE), Hiran Manuel Gonçalves da Silva (PP-RR), Jéssica Rojas Sales (MDB-AC) e Fausto Ruy Pinato (PP-SP).
De acordo com a PGR, o esquema utilizava empresas de fachada e de ‘testas de ferro’, possuindo como sócios pessoas com padrão de vida simples”. As empresas teriam supostamente prestado serviços a congressistas no período de janeiro de 2014 a junho de 2018, emitindo notas fiscais com“fortes indícios de inconsistências”, as quais teriam sido usadas “para amparar a suposta utilização da cota parlamentar”.
“Consta da manifestação ministerial que, do acervo indiciário, composto por relatórios técnicos de investigação, documentos e áudios obtidos em diligências de busca e apreensão, quebras de sigilo telefônico,bancário e fiscal, emergiriam suspeitas da existência de “um forte esquemade falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro”, escreveu a ministra.
Rosa Weber decidiu enviar para Justiça Federal do DF o pedido para investigar mais 19 ex-deputados, entre eles está o senador Márcio Bittar (MDB-AC). Ela entendeu que o caso dele não envolve o mandato do Senado, mas sua atividade na Câmara.
Os outros investigados são: André Luis Dantas Ferreira; João Alberto Fraga; César Hanna Halum; Joziane Araújo Nascimento; Marcelo Augusto da Eira Correa; Marcelo Theodoro de Aguiar; Roberto da Silva Sales; Sebastião Bala Ferreira da Rocha; Raul da Silva Lima Sobrinho; Milton João Soares Barbosa; Iris de Araújo; Ronaldo Fonseca de Souza; Pedro Vilela; Rebecca Martins Garcia; Josiane Braga Nunes; Julia Maria Godinho da Cruz Marinho; Rogério Schumann Rosso e Ezequiel Cortaz Teixeira.
O senador Romário informou, por meio de nota, que contratou uma das empresas entre janeiro de 2014 a dezembro de 2018, e que foram pagos neste período R$ 82 mil pelos serviços prestados.
” Todas as notas foram apresentadas tanto à Câmara dos Deputados quanto ao Senado Federal e devidamente aprovadas nas respectivas prestações de contas”, diz o texto, destacando que ele está à disposição da investigação.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Globo