Cícero comete o mesmo erro

MINHA APOSTA PARA JOÃO PESSOA: No segundo turno teremos RICARDO e WALLBER - Por Anderson Pires

Já aviso, não aposto dinheiro, essa prática é de uma deselegância que não compactuo, aceito apostas em vinhos, almoços, jantares, charutos e tudo que possa ser compartilhado, como parte de uma disputa saudável e amistosa. Vou dar meus pitacos com relação às candidaturas que pontuaram minimamente nas pesquisas que encomendei. Nada contra os demais.

Aposta
por Anderson Pires

Façam suas apostas! Já fiz as minhas para o primeiro turno da eleição para prefeito de João Pessoa: no segundo turno teremos RICARDO COUTINHO e WALLBER VIRGOLINO. Uma das vantagens de não estar trabalhando diretamente para nenhum candidato (o que trabalhava desistiu) é poder abrir o verbo sobre a campanha dos outros. Já aviso, não aposto dinheiro, essa prática é de uma deselegância que não compactuo, aceito apostas em vinhos, almoços, jantares, charutos e tudo que possa ser compartilhado, como parte de uma disputa saudável e amistosa. Vou dar meus pitacos com relação às candidaturas que pontuaram minimamente nas pesquisas que encomendei. Nada contra os demais.

Raoni
Tenta vender a imagem de alguém bem intencionado e com apoios de alguns representantes de segmentos da sociedade, a exemplo de ex-secretários de Luciano Cartaxo. Do ponto de vista político não deixa claro o que representa, estaria próximo do que o Novo tentou ser nas últimas eleições presidenciais, mas nem assim consegue vender a imagem da virgem com boas intenções pra humanidade, visto que, o candidato, apesar de jovem, é puta velha na política.

João Almeida
Como parlamentar nunca teve muito destaque. É mais um remanescente da gestão de Luciano Cartaxo, que hoje aponta falhas antes não vistas. Na função de candidato a prefeito resolveu pegar carona na onda conservadora e disputar a franja do bolsonarismo. Sua campanha acredita que direcionar seus tiros para os demais Bolsonaristas e, assim, disputar o voto fundamentalista será o melhor. Esquece que fundamentalistas não são muito suscetíveis a mudança de opinião sobre ideias e lideranças.

Ruy
Aposta na amnésia coletiva para esconder suas contradições. A campanha é um amontoado de chavões pouco críveis, entoada por um modelo nos moldes do início dos anos 2000, com musiquinhas e clipes descontextualizados. É daqueles que não percebeu que a conjuntura e a comunicação mudaram, tanto que acredita que se ganha campanha importando e ressuscitando fórmulas. Vale uma ressalva sobre sua convenção, foi digna da presença de Vera Loyola.

Edilma
Herdeira da atual gestão, está patinando desde o primeiro momento. Começou com um discurso de todas e todos, como se fosse uma representante do feminismo e viés à esquerda. Após a convenção, adotou o conceito de “Elas cuidam melhor” e uma marquinha colorida, mais apropriada a um representante de causas identitárias. Não conseguiu assimilar a postura de continuidade, com perfil moderado conservador que sempre foi a identidade de Luciano. O conceito que está utilizando caberia melhor numa candidatura do PSOL, pois quando diz fazer melhor, quebra a lógica do que era bem feito e direciona para uma abordagem que beira o feminismo, algo que nunca foi a marca da gestão. Falta foco, rumo e tempero.

Cícero
Se fôssemos comparar com um candidato, seria Alckmin a presidente em 2018. Juntou tudo que podia, fez uma salada de incoerências e acredita que será resgatando sua gestão como prefeito que irá convencer os eleitores da sua competência e inocência. Cícero comete o mesmo erro de uma empresa aérea quando em sua propaganda resolve dizer que é a mais segura. Como diz o ditado: “em casa de enforcado, não se fala de corda”.

Nilvan
Foi picado pela mosca bolsonarista e construiu sua candidatura com um discurso no rádio ultraconservador e de viés populista. Como candidato, entrou no limbo da falta de propostas que vão além do debate moral e algumas de difícil assimilação pelo público que deseja alcançar. É mais um a dividir o campo de extrema-direita. Vale lembrar que ainda poderá ter seus dias de vidraça nessa campanha.

Wallber
Serei breve na análise para não parecer discurso de quem quer ganhar aposta. No campo ultraconservador é o único que realmente pode ser dito raiz. É o estereótipo idealizado pelos bolsonaristas: policial, falastrão, com discurso conservador de fácil assimilação e é quem melhor usa as novas mídias.

Ricardo
Assim como Wallber, tem conceito e posição política bem definidos. Por mais problemas que tenha acumulado após a operação Calvário, será o destino dos votos à esquerda e progressistas. Não terá que dividir esse campo com nenhum outro candidato, logo, terá percentual suficiente para chegar ao segundo turno.

A campanha revela que a divisão dos votos da direita conservadora entre diversos candidatos permitirá que alguém com alta rejeição como Wallber Virgolino chegue ao segundo turno. Da mesma forma, teremos Ricardo, que concentrará os votos do campo contrário, o que será suficiente para ser, provavelmente, o mais votado no primeiro turno. Num cenário sem grandes novidades ou interferências dos Menudos do Ministério Público, essa é a minha aposta.

Anderson Pires é formado em Comunicação Social pela UFPB, publicitário com mais de 20 anos de experiência no mercado e sócio-fundador da Signo Inteligência e Marketing.

#signo20anos

Fonte: POLEMICA
Créditos: Anderson Pires