247 – O ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, deu uma importante declaração à jornalista Andréia Sadi, da Folha de S. Paulo, que está publicada na edição deste domingo (leia mais aqui). Apontado como um superministro que teria pretensões presidenciais daqui a quatro anos, ele fez questão de afastar essa hipótese logo na largada do segundo governo Dilma. O candidato, diz ele, é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Ele é o meu candidato, sempre foi. Não tem essa discussão no PT. Quem está no coração da militância do PT é Lula. Eu não tenho essa pretensão e não está no meu horizonte”, disse ele.
Mercadante também afirmou ter outro tipo de ambição. “Já estou chegando numa fase da vida em que dediquei tudo que podia para fazer o melhor para vida pública e para o país. Serei avô pela segunda vez na próxima semana, quero ter a chance de viver com meus netos o tempo que não pude viver com meus filhos”.
Essa definição precoce de Lula como candidato é importante para o PT e para a paz interna do próprio governo Dilma. Com o nome já escolhido, reduz-se o risco de fogo amigo e de disputas entre ministros, como aconteceu, na primeira administração de Lula, entre dois potenciais candidatos: José Dirceu e Antonio Palocci. Foi exatamente por isso que o presidente nacional do PT, Rui Falcão, lançou o nome de Lula logo após a vitória de Dilma no segundo turno.
A candidatura de Lula, que hoje apareceria em primeiro lugar em qualquer pesquisa, também muda a relação com a oposição. Ao criar a perspectiva real de vinte anos de PT no poder, pode forçá-la a buscar novos caminhos, com a adoção de novas políticas públicas, especialmente no campo social. Até porque o discurso udenista, usado nas últimas eleições, não funcionou.