O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou nesta segunda-feira (1º/11), durante discurso proferido na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), que o Brasil vai reduzir as emissões de gases estufa em 50% até 2030. A meta anterior era de diminuição de 43%.
“Apresentamos, hoje, uma nova meta climática mais ambiciosa passando de 43% para 50% até 2030. E de neutralidade de carbono até 2050, que será formalizada durante a COP26”, disse o ministro na apresentação.
Segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, o Brasil teve um aumento de 9,5% nas emissões de gases poluentes em 2020, em plena pandemia de Covid-19. O resultado foi na contramão do mundo, que, globalmente, viu as emissões despencaram em quase 7% no ano passado.
Leite representa o Brasil na COP26, que acontece em Glasgow, na Escócia, sem a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em vídeo gravado previamente e exibido antes da fala do ministro, Bolsonaro disse que, no combate a mudança do clima, o Brasil sempre foi parte da solução, e não do problema.
Pressionado por setores do agronegócio que temem prejuízos com a péssima imagem de país negacionista climático que o Brasil assumiu, o governo federal correu nas últimas semanas para tentar criar uma agenda positiva para levar a Glasgow.
O Ministério do Meio Ambiente lançou na última quarta-feira (27/10) um programa chamado Floresta+Agro, que estimula a remuneração de produtores rurais que protegem áreas de preservação permanente (APPs) e reservas legais.
Crescimento Verde
Dias antes, o Palácio do Planalto lançou o Programa Nacional de Crescimento Verde, com promessas de financiamentos e subsídios para projetos e atividades econômicas sustentáveis e o objetivo de neutralizar a emissão de carbono pelo país até 2050, cumprindo com 10 anos de antecedência a meta assumida pelo país no Acordo de Paris, de 2015.
A agenda de promessas está sendo coordenada pelo Itamaraty, mais especificamente pelo secretário de Assuntos Políticos Multilaterais da pasta, Paulino Franco de Carvalho Neto, que será um dos rostos do Brasil em Glasgow. Ele também liderou a costura para que o Brasil assine durante a COP26 um acordo internacional para a preservação das florestas, o Forest Deal.
A ausência do presidente Bolsonaro no evento, aliás, é considerada positiva pela maioria dos integrantes da comitiva, já que o chefe do Executivo é identificado no mundo como símbolo do negacionismo climático e costuma dar declarações explosivas sobre o tema, provocando notícias negativas.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópoles