O encontro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com Marcelinho Carioca, em Brasília, representa o início da mais nova aventura político-eleitoral do ídolo do Corinthians. Marcelinho deixará a rádio onde trabalha para ser candidato a vereador de São Paulo, pelo PSL. A informação foi confirmada pelo deputado Júnior Bozella, vice-presidente do partido.
O convite partiu da deputada Joice Hasselmann, que recebeu o ex-atleta no começo de fevereiro em sua casa. Na ocasião, Marcelinho teria comentado que não estava disposto a mais uma tentativa de se eleger (será a sexta), mas foi convencido depois que Joice ofereceu apoio financeiro à empreitada.
Segundo uma pessoa ciente do teor da conversa, o PSL ofereceu a Marcelinho verba “de cabeça de chapa”, o que teria convencido o ex-atleta a se filiar. Marcelinho já foi filiado ao PSB, ao Podemos, ao PRB e até ao PT, partido pelo qual passou alguns dias como deputado em Brasília.
“O PSL tem muita afinidade com ele, e ele com o partido”, afirmou Bozella. Bolsonaro se elegeu em 2018 pelo PSL, mas rompeu com partido em 2019. Joice e o senador Major Olímpio, dois dos principais nomes do PSL paulista, hoje são críticos ao presidente, que está sem filiação partidária.
Marcelinho deixará a rádio “Arena Tropical”, onde trabalha como comentarista, amanhã (31) para se dedicar aos preparativos para a campanha. As eleições municipais, que foram adiadas por causa da pandemia do novo coronavírus, estão programadas para acontecer em novembro.
Procurado pela reportagem, o ex-jogador não atendeu às ligações.
Ação em Brasília gera polêmica
No encontro de ontem com Bolsonaro, Marcelinho deu uma camisa do Corinthians ao presidente, que a vestiu mesmo se dizendo palmeirense, o que revoltou grande parte da torcida. Movimentos de corintianos que fazem oposição ao presidente também manifestaram repúdio. Walter Casagrande, ex-jogador e também ídolo do Corinthians, criticou a ação.
Em nota, o Corinthians informou que não teve relação com o encontro.
“Ele é ex-jogador e torcedor do clube. Não é contratado. Faz, como torcedor, o que quiser com as camisas”, disse o presidente Andrés Sanchez.
O Banco BMG, que patrocina o Corinthians e tem contrato de publicidade tanto com Marcelinho quanto com a rádio em que ele trabalha, afirmou que não teve ligação com o encontro em Brasília, no qual sua marca foi exibida.
A deputada Joice Hasselmann não atendeu às ligações da reportagem.
A primeira campanha eleitoral de Marcelinho foi em 2010, quando concorreu a deputado federal (SP) pelo PSB. De lá pra cá, não houve nenhuma eleição em que ele não tentasse um cargo público.
Fonte: UOL
Créditos: UOL