Qual a caneta mais pesada e temida neste instante brasileiro?
Aposto que, de pronto, muitos responderão:
A do juiz Sérgio Moro, responsável pelas prisões de políticos e empresários graúdos – gente que, nesta Pátria mãe gentil, jamais sonhou – de seus pedestais erguidos com muito poder e dinheiro – que um dia testemunharia o nascer do sol quadrado no cárcere curitibano.
A pena de Moro tem feito, de fato, estrago inédito no banditismo de colarinho branco.
Mas a turma de investigados tem descoberto – com amargor e desespero – que existem canetas ainda mais pesadas e severas no âmbito da Lava Jato.
As canetas em epígrafe são empunhadas por um grupo de desembargadores que compõem a 8ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, a segunda instância onde são julgadas as apelações contra as decisões de Moro.
Quem conhece o martelo dos desembargadores João Pedro Gebran Neto, Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro Paulsen sabe que está diante da turma mais severa de todas as gerações que já integraram o TRF4.
Sabe, também, que eles estão fazendo história – pela celeridade dos julgamentos, pela capacidade de ouvir as partes e pelos novos modelos que estão aplicando, entre os quais se destaca a admissão de prisões cautelares mais dilatadas.
Trocando em miúdos, eles têm não apenas confirmado as penalidades impostas por Moro. Têm, em muitos casos, amplificado as punições.
Implacáveis. Severo como o juízo deve ser – independente de quem esteja batendo a sua porta.
E são essas “Bics” superpoderosas que podem decretar – a jato – uma das prisões mais aguardadas da República: a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A contagem regressiva de fato já começou. Porque, no ambiente jurídico, ninguém duvida que a 8ª turma do TRF4 vai confirmar, sem titubear, a sentença de Moro.
A jurisprudência criada desde o início da Lava Jato sinaliza nessa direção de forma cristalina:
Dos 651 processos que chegaram aos birôs de Gebran, Laus e Paulsen – pedindo relaxamento de prisões e questionando decisões da “República de Curitiba” – a ampla maioria foi indeferida.
Moro condena e eles assinam, categóricos, embaixo.
E são rápidos – mais do que as más notícias que batem à porta de Lula e demais investigados na Lava Jato.
Com as canetas cheias de tintas de Moro e dos desembargadores do TRF- 4ª Região, o Brasil vai tentando provar aos nossos canalhas que o crime não compensa.
E a punição vem trotando na velocidade das bestas do apocalipse – que enfim sobrevoam sobre os malfeitores da nação.