Em entrevista à Arapuan FM, o procurador Deltan Dallagnol, conhecido nacionalmente pelo trabalho à frente da Lava-Jato, negou perseguição nos processos envolvendo o ex-presidente Lula. Em um dos trechos da gravação veiculada nesta sexta-feira (11), ele disse que os procuradores trabalhavam de forma independente.
O procurador usou como argumento o fato de que, segundo ele, a força tarefa constituída em Curitiba era formada por pessoas que tinham diferentes visões de mundo, e que em 2018 votaram em Fernando Haddad (PT) e em Jair Bolsonaro (na época, no PSL) para a Presidência da República.
O que unia o grupo, de acordo com Dallagnol, era o combate a corrupção. “A gente vive num ambiente de grandes narrativas. O ex-presidente Lula foi julgado conforme as regras do jogo. A nós não interessava a condenação do inocente ou a absolvição do culpado. Para vocês terem uma ideia, todos nós que trabalhamos na Lava-Jato, atuávamos entre 15 e 20 procuradores, todos concursados, sem qualquer história de vínculo político-partidário e com diferentes visões de mundo”, disse.
Segundo Dallagnol, havia três perfis de pessoas integrando a Lava-Jato: as que votavam em Bolsonaro, as que apoiavam Haddad e ainda o grupo dos que votavam nulo, pois “entenderam que nenhuma opção era boa”. “E o que mantinha essa equipe unida? O foco e o propósito de fazer Justiça e servir a sociedade. Se alguém fizesse qualquer coisa fora das regras do jogo, a primeira coisa que ia acontecer seria a cisão da equipe”, explicou.
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“Esse era o ambiente que a gente fazia o trabalho, com pessoas preocupadas em fazer um trabalho técnico, em julgar de modo correto, crimes de desvios de bilhões de reais da nossa sociedade, que prejudicam na saúde, na educação. E é normal que surjam narrativas, as pessoas que eram processadas e investigadas são poderosas”, finalizou.
A íntegra da entrevista será veiculada nesta segunda-feira (14).
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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba
