Proposta

Lula envia ao Congresso projeto para regulamentar trabalho de motoristas de aplicativo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assina nesta segunda-feira (4) o projeto de lei (PL) do Executivo que propõe a regulamentação do trabalho de motoristas por aplicativo, como Uber e 99. A proposta que será enviada ao Congresso Nacional, e dependerá da aprovação de deputados e senadores, estabelece a jornada máxima de 8 horas diárias - podendo chegar a 12 horas, se houver acordo coletivo -, além da criação de uma nova categoria profissional, chamada de "trabalhador autônomo por plataforma".

Driver using GPS navigation in mobile phone while driving car at sunset
Driver using GPS navigation in mobile phone while driving car at sunset
Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assina nesta segunda-feira (4) o projeto de lei (PL) do Executivo que propõe a regulamentação do trabalho de motoristas por aplicativo, como Uber e 99. A proposta que será enviada ao Congresso Nacional, e dependerá da aprovação de deputados e senadores, estabelece a jornada máxima de 8 horas diárias – podendo chegar a 12 horas, se houver acordo coletivo -, além da criação de uma nova categoria profissional, chamada de “trabalhador autônomo por plataforma”.

O texto do governo federal é resultado de uma negociação entre o Ministério do Trabalho e representantes dos apps no Brasil. Inicialmente, o projeto prevê a regulamentação apenas do transporte de passageiros. Isso porque o governo ainda não conseguiu acordo com as plataformas de transporte e entrega de alimentos e encomendas, como Ifood e Rappi.

A matéria estabelece, entre outras coisas, que o trabalhador escolha quando quer trabalhar e não tenha vínculo de exclusividade com as plataformas. Também está prevista a criação de um sindicato patronal e de trabalhadores, com acordo e convenção coletiva, como nas profissões já regulamentadas; o acesso do trabalhador aos dados e critérios que regem a oferta de viagens e a “pontuação” dos motoristas nos apps, assim como às regras de suspensão e exclusão das plataformas e as fórmulas para calcular o rendimento das corridas.

Outra proposta do PL é que seja estabelecida uma “remuneração mínima” para os motoristas, além do ganho variável gerado pelas corridas. Essa remuneração, no entanto, deverá atender a alguns critérios: precisa ser reajustada anualmente, pelo menos, na mesma medida do reajuste do salário mínimo. Deverá também considerar os gastos dos motoristas com combustível, impostos, celular, seguro do automóvel e depreciação do veículo.

O PL do governo prevê ainda a fixação de um valor de R$ 32,09 por hora trabalhada – sendo R$ 8,02 relativos ao trabalho e R$ 24,07 relativos ao ressarcimento dos custos da operação. Isso, porém, não poderá servir como critério para a empresa diminuir a oferta de viagens ao motorista no caso, por exemplo, se a plataforma verificar que o trabalhador já atingiu certo patamar de salário.

Previdência social

O projeto também cria regras para que os motoristas por aplicativo tenham direito à Previdência Social. Com base no chamado “salário de contribuição” (25% do valor bruto pago ao trabalhador), esse aporte ficaria assim:  7,5% de desconto sobre o salário do trabalhador, observado o limite máximo do regime geral; e uma complementação de 20% por parte da empresa, calculada em cima do mesmo valor-base.

Se proposta passar pelo Congresso como espera o governo, os motoristas por aplicativo passarão a ser uma categoria autônoma, ou seja, sem vínculo pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Fonte: O Tempo
Créditos: Polêmica Paraíba