Ao comentar a Operação Lava Jato na última sexta (6), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “nem tudo que é falado [sobre a investigação] é mentira, mas nem tudo é verdade”. Em entrevista a três veículos de comunicação –TVT (televisão do trabalhador), Rede Brasil Atual e o jornal “ABCD Maior”–, Lula reclamou dos “vazamentos seletivos” de informações envolvendo os alvos da investigação. “É preciso ter a capacidade de fazer um processo de depuração, separar o joio do trigo e tentar encontrar o que é sério”, declarou o petista após evento de inauguração da TVT (televisão do trabalhador) Digital na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista.
“Se alguém, mesmo que seja do PT, praticou qualquer ato de corrupção, ele tem de ser punido. Portanto, nós participamos do pressuposto de que a lei vale para todos. Se há uma denúncia de corrupção, e você tem justiça apurando, Polícia Federal investigando, é um processo natural em qualquer país democrático. Ninguém pode ser condenado antes do julgamento final, mas no Brasil estamos vivendo um momento em que os vazamentos de informações são seletivos. Se são seletivos, significa que se condena quem quiser condenar, no momento que acharem mais adequado.”
Lula, por fim, voltou a dizer que, ao contrário do que ocorria no período em que o PSDB ocupou a Presidência da República (1995-2002), agora, com o país sob o comando do PT, se apura os casos de corrupção.
“Isso me dá orgulho de saber que fiz parte de um partido político, de um governo que está apurando. Só tem um jeito de você não ser investigado, é ser honesto, é ser digno, é andar de cabeça erguida. Houve um tempo, neste país, que não aparecia denúncia de corrupção porque tinha um tapete muito grande, em que as pessoas jogavam embaixo. Nós tiramos os tapetes da sala.”