Deputados de seis partidos protocolaram nesta quarta-feira uma representação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por quebra de decoro parlamentar.
As declarações do deputado feitas naquela época vão contra às recentes denúncias. Nos últimos dias, o Ministério Público da Suíça enviou à Procuradoria-Geral da República brasileira dados bancários do presidente da Câmara, revelando que ele guardava US$ 5 milhões em contas na Suíça. Tais contas ainda tinham o nome da mulher e de uma das filhas do deputado. O país já investigava Cunha desde abril por lavagem de dinheiro e corrupção.
Assim como divulgou o jornal “O Globo” nesta quarta-feira, os extratos de banco atestavam ainda que Cunha usou empresas offshore para movimentar as contas no exterior. Essas empresas abertas em paraísos fiscais são normalmente usadas para esconder os reais beneficiários.
A representação formal teve a participação dos partidos PMDB, Psol, PT, PSB e Rede Sustentabilidade. Um dos deputados que participaram da ação foi o Arnaldo Jordy. Além da advertência escrita, a infração pode acarretar até mesmo na perda do mandato, que é o objetivo dos 29 deputados que entregaram o documento nesta quarta-feira.
Assinam a representação contra Eduardo Cunha os deputados Arnaldo Jordy (PPS-PA), Chico Alencar (PSOL-RJ), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), Glauber Braga (PSOL-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Jean Wyllys (PSOL-RJ), Alessandro Molon (Rede-RJ), Eliziane Gama (Rede-MA), Leônidas Cristino (Pros-CE), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Júlio Delgado (PSB-MG), Henrique Fontana (PT-RS), Wadih Damous (PT-RJ), Érika Kokay (PT-DF), Padre João (PT-MG), Assis do Couto (PT-PR), Moema Gramacho (PT-BA), Luiz Couto (PT-PB), Margarida Salomão (PT-MG), Helde Salomão (PT-ES), João Daniel (PT-SE), Paulão (PT-AL), Adelmo Carneiro Leão (PT-MG), Raimundo Angelim (PT-AC), Maria do Rosário (PT-RS), Marcon (PT-RS) e Leonardo Monteiro (PT-MG), Chico D’Angelo (PT-RJ).