Não, não é a decisão sobre o substituto de Faustão nos domingos da TV Globo.
O que irá determinar a entrada ou não do apresentador no páreo presidencial será a definição do nome dos contendores que nele estarão — um em particular.
A análise que o grupo mais próximo de Huck faz hoje sobre o cenário de 2022 inclui a previsão de que Bolsonaro irá romper o próximo ano mais fraco do que se encontra agora. E que um enfrentamento entre o ex-capitão e um candidato do PT no segundo turno está longe de ser uma certeza.
A partir dessas duas hipóteses, colaboradores do apresentador veem espaço para o fortalecimento de um nome localizado numa espécie de “centro expandido” que inclui de liberais reformistas a representantes da centro-esquerda que fizeram as pazes com os princípios da economia moderna (o que exclui, por exemplo, Ciro Gomes, do PDT, e Guilherme Boulos, do PSOL).
Povoam esse centro expandido pré-candidatos, assumidos ou não, como o ex-ministro da Saúde, Luiz Mandetta (DEM); o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro; o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, tucano que passou a disputar a vaga com Doria.
É gente demais.
Mas, para o entorno de Huck, um enxugamento desse campo não seria suficiente para garantir a competitividade do apresentador.
Para que isso ocorra, é preciso ter certeza de que um nome não estará no páreo, o de Sergio Moro.
Isso porque, na avaliação de um colaborador próximo do apresentador, todos os outros candidatos até agora postos não chegam a fazer sombra a Huck.
Para esse colaborador, Mandetta terá dificuldades em recuperar a tração que perdeu desde que deixou o ministério da Saúde. Doria, apesar do sucesso com as vacinas, não conseguiu aumentar sua popularidade em nível nacional. Eduardo Leite é visto como um nome regional, colocado no cenário por adversários internos de Doria mais para servir de “escudo” contra a candidatura do governador de São Paulo.
Já Sérgio Moro correria na mesma raia de Huck, sobretudo por ser, como o apresentador, popular, nacionalmente conhecido e com bom “potencial de largada”.
Huck não deve fazer qualquer movimento em relação à sua candidatura antes do segundo semestre.
Até lá, ele e seu grupo pretendem avaliar se as recentes derrotas de Moro e da Lava Jato nos tribunais resultarão no seu enfraquecimento ou o contrário (a hipótese de fortalecimento do ex-juiz vem da possibilidade de os revezes sofridos acabarem por conferir-lhe a auréola de vítima da vingança de um complô de corruptos).
Huck aguardará com paciência de monge os próximos movimentos de Moro —e só deve entrar no jogo se o ex-juiz estiver fora dele, ou se entrar tão fraco que acabe dando no mesmo.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: UOL