O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), líder dos tucanos no Senado, disse que a oposição vai “lutar para derrubar o veto” da presidente Dilma anunciado nesta sexta de lei que visava a divulgar informações secretas de qualquer operação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Na república, não cabem segredos. O que é público não pode ter segredos”, argumentou. “O veto da presidente Dilma revela o obscurantismo que tomou conta do governo federal, um governo envolvido em denúncias em todas as áreas”, criticou o senador em entrevista exclusiva à Jovem Pan.
O senador tucano diz ainda já ter conseguido o número necessário de assinaturas para a instalação da CPI do BNDES no Senado Federal.
Em sua recusa à proposta, a presidente disse que o banco público “já divulga em transparência ativa diversas informações a respeito de suas operações, tais como clientes, projetos e, no caso de operações internas, os valores contratados em cada empréstimo”. Para Dilma, a divulgação ampla e irrestrita de informações financeiras “prejudicaria a competitividade de empresas brasileiras no mercado global”.
Cunha rebateu: “O máximo que existem são informações superficiais que o BNDES divulga na internet sobre os contratos realizados no Brasil. O que nós queremos é divulgar os segredos dos financiamentos internacionais, feitos a Cuba, Angola, outras ditaduras africanas, onde bilhões de reais estão sendo investidos em detrimento da população brasileira”.
Cortes e impostos
Cunha Lima também comentou as medidas de ajuste fiscal que o Planalto tenta implementar. Os discursos de Dilma, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, e aliados têm sido no sentido de pedir a rápida aprovação das medidas do ajuste pelo legislativo. Dizendo não ser “justo” o povo brasileiro pagar pelos “desgovernos” da presidente, o peessedebista afirmou que ele, como líder tucano e parte da oposição, estará “lutando para que evitar que essas matérias sejam aprovadas”.
“Não é justo, não é correto que esse mesmo governo, que demonstrou incapacidade e incompetência, envolvido em denúncias gravíssimas de corrupção, queira agora arrecadar mais impostos”, criticou Cunha Lima.
“Não foi o trabalhador, não foi o empresário, quem produz, quem gera riquezas no Brasil, que gerou essa crise. Quem jogou o País na recessão foi o governo federal”, argumentou o parlamentar.
Para Cunha, o ajuste “não é uma reforma fiscal, é uma reforma trabalhista, porque todo esforço que se exige é do trabalhador”.
Jovem Pan