Quer evitar novos fatos

Líder do Governo pediu para depor logo na CPI para "abafar escândalo", avalia Humberto Costa

Senador descartou que CPI pare durante recesso parlamentar em julho

Acusado de corrupção na aquisição das vacinas, o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), pediu para falar na CPI da Pandemia “o quanto antes”. Após a solicitação, o senador Humberto Costa (PT-PE), membro da CPI, se posicionou contra, para ele, Barros quer evitar a coleta de novos fatos que possam comprometê-lo antes da oitiva.

“Parece que ele quer falar logo para abafar o escândalo, para que novas pessoas que vão falar não o incriminem ou confirmem as denúncias feitas contra ele. A CPI deve solenemente ignorar essa preocupação do deputado, iremos chama-lo quando acharmos mais adequado”, afirmou o senador em entrevista à CNN.

“O deputado Ricardo Barros foi a pessoa que, no Congresso, tentou colocar a emenda que não só facilitava a comercialização de vacinas aprovadas pela agência indiana como eximia a empresa caso vendesse e não entregasse”, argumenta.

Posição do líder do Governo

O deputado Ricardo Barros afirma querer esclarecer o quanto antes os fatos que envolvem a ele, citado na CPI da Pandemia pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) como parlamentar a quem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria atribuído possíveis irregularidades na negociação pela Covaxin. Barros diz ainda que não teve qualquer relação com as negociações pela vacina indiana e que trabalhou pela emenda citada pelo senador Humberto Costa assim como, diz, outros parlamentares do Congresso Nacional fizeram.

Agenda

O senador oposicionista descarta que o Senado entre em recesso a partir do próximo dia 18, o que poderia interromper temporariamente os trabalhos da comissão. Para Costa, não há tempo viável para a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), pré-condição para a parada.

“Só pode ter recesso com paralisação das atividades da casa se a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) for votada. Não vejo como ela ser votada antes do dia 18. Se não for, vamos brigar internamente e até no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a CPI possa continuar funcionando. Não tenho dúvida que a tentativa de paralisa-la nesse período atende a esvaziar todo esse processo que está mobilizando a opinião pública nacional, e é por conta dela que estamos conseguindo avançar”.

O depoimento de quarta-feira (7) de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, é considerado importante pelo senador para os próximos passos, já que pode esclarecer a denúncia de proposta de pagamento de US$ 1 por dose de vacina que viesse a ser adquirida pelo governo. “O que parece é que uma empresa golpista, utilizando um aventureiro, conseguiu chegar ao vice-ministro da saúde”.

Costa diz ainda que não vê “grande empenho” da Procuradoria-Geral da República (PGR) nas investigações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Acredito que enquanto não estiver definido o nome do próximo ministro do Supremo ou próximo procurador-geral da República, a PGR não vá querer desagradar em algum momento ao presidente. Infelizmente é a realidade”.

Fonte: CNN
Créditos: Polêmica Paraíba