O líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse ao blog que a maioria dos senadores está pressionada pelas manifestações de domingo e tende a votar pela manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) subordinado à pasta da Justiça e não à da Economia.
A votação deve ocorrer ainda hoje no Senado.
Segundo Randolfe, a carta enviada ao Congresso pelos ministros Sérgio Moro (Justiça), Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), pedindo que não altere o texto da Medida provisória 870 aprovado na Câmara, não mudou sua posição pela subordinação do órgão ao ministro Sérgio Moro.
“Não mudei a minha posição e nem muita gente aqui no Senado mudou. Acho que o governo deu um tiro no pé com as manifestações de domingo. A maioria está pressionada pelo pedido das ruas de manter o Coaf na Justiça. Vai ser difícil voltar atrás”, declarou.
As manifestações contra a Câmara ter transferido o Coaf para a Economia haviam sido incentivadas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.
O líder do PSD, Otto Alencar, também disse ao blog que não mudará de posição: “Votarei para o Coaf ficar na Justiça”, afirma.
O senador Reguffe (sem partido-DF) suspeita “de algum acordo por baixo dos panos” fechado pelo presidente com os defensores da transferência do Coaf.
“Não sei com quem foi o acordo. Mas essa história de o Bolsonaro e o Moro voltarem atrás está muito esquisita”, afirmou ao blog.
A mudança do Coaf para o Ministério da Economia foi articulada pelos partidos do chamado “Centrão do Congresso” (PP, DEM, MDB, PR, PRB e SD, entre outros) durante a tramitação do texto na comissão especial e, depois, no plenário da Câmara.
Se a MP 870 for alterada no Senado, o texto terá que voltar à Câmara para nova votação. Ele perde a validade na próxima segunda-feira (3 de junho).
Portanto, o governo praticamente só terá um dia de quórum elevado, esta quarta-feira (29), para aprová-la na Câmara antes de caducar.
Fonte: Uol
Créditos: Uol