O pastor Estevam Fernandes, da Primeira Igreja Batista de João Pessoa, defendeu a participação dos evangélicos na política, em nome das bandeiras cristãs. Em entrevista sobre o legado dos 502 anos da Reforma Protestante, comemorados na última sexta-feira (31), o sacerdote batista também explicou o comportamento anti-esquerda entre os protestantes no Brasil e acrescentou que não há espaço para bandeiras que fomentem ‘ditaduras e discriminação’ no meio evangélico.
Para o pastor, foi a força ‘anti-comunista’ entre os cristãos que elegeu o presidente Jair Bolsonaro (PSL) em 2018. “O mundo evangélico é muito anti-esquerda, anti-comunismo, pela história no mundo ocidental, que o comunismo nasceu criticando igreja, perseguindo o cristianismo, fechando templos. Então, como essa sempre essa foi a bandeira mais da esquerda, anti-igreja, lembra a célebre frase de Marx, que a religião é ópio do povo. Onde há esquerda, há uma tolerância à perseguição à religião, então os evangélicos se uniram muito para derrubar esse projeto”, resumiu
A força política dos evangélicos ainda deve alcançar mais espaços na política a partir das próximas eleições. Esta é a expectativa do pastor Estevam. “Acho que vamos ter mais surpresa ainda, mas isso tem um lado bom. O evangélico começou a perceber que não é gente de terceira, não é feijão de terceira. Tem seu espaço, tem sua voz, sua representação, suas bandeiras, luta por elas. (…) Começaram a perceber que são cidadãos, tem nossos direitos, nossos espaços, e isso está sendo conquistado pela representatividade”, considerou.
Nomes
Estevam Fernandes citou a vereadora Eliza Virgínia (PP) e a senadora Daniella Ribeiro (PP) como exemplos de lideranças que receberam o apoio da população evangélica na Paraíba e foram eleitas. “Muito ligada a mim, que estive muito perto, a Daniella Ribeiro. Gente nossa, da nossa igreja. Olha a vereadora Eliza, tão atuante. Mais assembleiana. Então, olha como a coisa mudou, e acho que vai mudar mais ainda”, disse.
Ideologias anti-cristãs
Segundo Estevam Fernandes, não há espaço na agenda cristã para políticas que negam premissas bíblicas como a defesa da justiça social, da liberdade e da família. “Lutar pela preservação da família, que para nós cristãos é a base de tudo. Outra ideologia que o cristão deve levantar, é a questão da Justiça Social, a questão da liberdade de expressão. Então, nenhum cristão pode abraçar bandeiras que fomente ditaduras, discriminação, ainda que você não concorde”, exemplificou.
Respeito às diferenças
Ainda segundo Estevam, “Nenhum cristão pode abraçar bandeiras que fomente ditaduras, que fomente discriminação, ainda que você não concorde”, resumiu.
O sacerdote defendeu o respeito às diferenças. “Se Deus respeita a diferença, quem somos nós? O que é livre arbítrio? É o direito de fazer escolhas. (…) O cristão tem que abraçar essas bandeiras que promovam a paz social, que promovam o respeito às diferenças, e isso não quer dizer concordar com tudo, mas quer dizer que eu respeito você porque você é diferente de mim. Quem não sabe respeitar o diferente, como vai conviver com o plural? Como você vai imaginar política com um partido só? Lembra a ditadura”, apontou.
Assista à entrevista:
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba