O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, está entre os líderes socialistas liberados pela cúpula nacional do PSB para apoiar o candidato do PT a presidente da República, Fernando Haddad, no segundo turno que está sendo travado de forma encarniçada com o candidato Jair Bolsonaro, do PSL. Com isso, o PSB facilita os passos do gestor paraibano, que desde o primeiro turno declarou apoio a Haddad como reflexo do seu alinhamento com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Líderes petistas paraibanos sugeriram à Executiva nacional que o governador Ricardo Coutinho seja o coordenador da campanha de Haddad neste segundo turno.
Alegam que no primeiro turno Ricardo não teve tempo de se dedicar à campanha de Haddad por estar concentrado, prioritariamente, na vitória do seu candidato à sua sucessão, João Azevêdo, que saiu consagrado das urnas. Haddad foi o vencedor na Paraíba entre presidenciáveis, mas perdeu para Bolsonaro em colégios eleitorais importantes como João Pessoa e Campina Grande, o que acendeu o alerta junto aos expoentes do petismo local. A avaliação que está sendo feita é a de que Ricardo pode ser fundamental para uma avassaladora vantagem de Haddad na rodada decisiva por já ter demonstrado seu prestígio e liderança ao viabilizar a eleição de Azevêdo, neófito em política, no primeiro turno.
Por outro lado, alguns dos adversários batidos pelo esquema de Ricardo no Estado já optaram pela candidatura de Jair Bolsonaro, seja por pragmatismo, seja por incompatibilidade com o PT. Este é o caso do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSDB, cuja mulher, Micheline, foi candidata a vice na chapa de Lucélio Cartaxo (PV), um dos derrotados por Azevêdo. Romero chegou a dialogar com Bolsonaro para exigir dele compromisso de apoio a reivindicações que beneficiem Campina Grande, tendo tido acolhida do presidenciável ante essa demanda. O prefeito de Campina é primo do senador Cássio Cunha Lima, vice-presidente do Senado Federal, que no último domingo foi derrotado na tentativa de se reeleger. Os dois vitoriosos para o Senado foram o deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, do PSB, e a deputada estadual Daniella Ribeiro, do PP, primeira mulher senadora da Paraíba.
A cúpula nacional do PSB, na reunião promovida para bater o martelo sobre posição no segundo turno, não estendeu a liberação de voto em Haddad para o governador de São Paulo, Márcio França, que disputa o segundo turno com João Dória, do PSDB. França já vinha externando simpatia pela candidatura de Bolsonaro, com quem atuou na Câmara e justificou que é pragmática a opção por ele em virtude das peculiaridades da conjuntura regional paulista.
A Executiva Nacional do PSDB decidiu, ontem, adotar postura de neutralidade no segundo turno, no confronto Bolsonaro X Haddad. O presidente Geraldo Alckmin, que saiu profundamente desgastado da corrida presidencial, informou oficialmente que os tucanos não apoiam nem Bolsonaro nem Fernando Haddad neste segundo turno. Expoentes de projeção do tucanato nacional como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já vinham, informalmente, sustentando essa posição.
Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes