O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), apresentou uma nova denúncia contra o ex-governador Ricardo Coutinho, no âmbito da Operação Calvário, que investiga uma suposta organização criminosa responsável por desviar cerca de R$ 134,2 milhões do Estado, por meio de Organizações sociais.
A 23ª denúncia no âmbito das investigações acusa o petista de ter sido beneficiado diretamente por um suposto esquema de pagamento de propinas e lavagem de dinheiro para a compra de um imóvel de luxo, em João Pessoa, mediante lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
O imóvel, objeto da ação, fica localizado no condomínio Bosque das Orquídeas, no Portal do Sol, e teria sido adquirido de forma irregular, por meio de desvios de recursos públicos, que possibilitaram o pagamento no valor de R$ 1,7 milhão,
“Os altos valores envolvidos, a forma estabelecida para o seu pagamento e o robusto fluxo financeiro ocasionado por esse negócio jurídico, despertaram, nesse PARQUET, a necessidade pormenorizada em investigar os seus contornos e contexto, principalmente quando tal operação é confrontado com a capacidade financeira (compatibilidade com as fontes de renda e capitais declarados ou oficiais) oficialmente declarada pelo denunciado RICARDO VIEIRA COUTINHO, para honrá-lo”, diz a núncia.
De acordo com a denúncia, as empresas contratadas pelo Governo do Estado para o fornecimento de produtos agrícolas teriam pago, a título de propina, 10% do valor de contratos. Um dos repasses, segundo o Gaeco, seria referente ao pagamento de valor de R$ 2,9 milhões. Desse montante R$ 300 mil teriam saído das contas do empresário Ivanilson Araújo, dono de uma das empresas fornecedoras, para as contas de Raquel Vieira Coutinho.
Também foram denunciados o irmão de Ricardo, Coriolano Coutinho; a irmã, Raquel Vieira Coutinho; o filho, Ricardo Cerqueira Coutinho; além dos empresários Ivanilson Araújo, Denise Pahim e Anelvina Sales Neta. Na ação os investigadores apontam a necessidade de reparação de R$ 7,3 milhões.
“Evidenciam-se despesas públicas sem o devido fornecimento dos bens em questão, coadjuvado pelo fato de que as diversas frações do Estado não possuem sistemas adequados que comprovem a efetiva entrega das supostas sementes aos produtores rurais, apresentando, portanto, o estado da arte para a corrupção massiva e sistêmica, somado ao forte apelo social, uma vez que os órgãos públicos se valem da tão explorada “indústria da seca” para afrouxar os controles”, dia a denúncia.
Já o filho do ex-governador, Ricardo Cerqueira Coutinho, teria simulado a “compra e venda de imóvel com o pai, Ricardo Vieira Coutinho, visando a ocultação da origem ilícita do patrimônio deste, sendo o dinheiro auferido com a suposta transação empregado na aquisição do imóvel residencial de Ricardo Vieira Coutinho, objeto desta denúncia, dando aspecto de licitude à transação”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba