Política

LAERTE CERQUEIRA: Mas se engana quem acha que ofensiva silenciosa e nos bastidores do PSDB não tem potência de provocar estragos.

Não parece provável o anúncio da adesão de um grande partido, nem de uma liderança com um extraordinário capital eleitoral na campanha tucana, neste segundo turno. Até porque, aparentemente, as peças estão encaixadas. Mas se engana quem acha que ofensiva silenciosa e nos bastidores do PSDB não tem potência de provocar estragos. Numa primeira frente, a ideia é atrair peemedebistas dissidentes, descontentes, indecisos; minar ao máximo o apoio do PMDB aos socialistas. Ou seja, um apoio de direito e não de fato.

CÁSSIO PSDB

Ofensiva silenciosa

Não parece provável o anúncio da adesão de um grande partido, nem de uma liderança com um extraordinário capital eleitoral na campanha tucana, neste segundo turno. Até porque, aparentemente, as peças estão encaixadas. Mas se engana quem acha que ofensiva silenciosa e nos bastidores do PSDB não tem potência de provocar estragos. Numa primeira frente, a ideia é atrair peemedebistas dissidentes, descontentes, indecisos; minar ao máximo o apoio do PMDB aos socialistas. Ou seja, um apoio de direito e não de fato.

A articulação começou a ser efetivada em reuniões, ontem, e num desses encontros estavam três dos mais irritados com a decisão do partido, os deputados eleitos Trócolli Júnior, Manoel Júnior e Gervásio Maia. Apenas Raniery Paulino e Hugo Motta sinalizaram pela neutralidade. Entre os que têm sangue peemedebista, e também integram o movimento, está Benjamim Maranhão (SD).
A ofensiva tucana tenta também tornar o grupo de partidos aliados no primeiro turno mais coeso. Nada de perdas. Algumas forças dessa equipe parecem ter papel sinalizador, como o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Marcelo (PEN), que, aliás, não tem interesse nenhum em ver seu reinado no parlamento ser ameaçado, num segundo mandato de RC. Na proa desse barco está ainda o deputado estadual reeleito Jutay Meneses. O pastor do PRB que tem a “lábia” e a simpatia necessárias para atrair o massivo e fiel eleitor evangélico.
A força-tarefa deve contar ainda com deputados estaduais eleitos que tem papel estratégicos nas suas regiões e municípios, como Manoel Ludgério (PSD), Daniella Ribeiro (PP), João Henrique (DEM), Edmilson Soares (PEN), Branco Mendes (PEN). Além de Dinaldinho (PSDB) e Camila Toscano (PSDB). Sem o peso de suas próprias campanhas podem mergulhar na de Cássio para estarem na base, se o tucano for eleito.
Outro que pode fazer a diferença é o ex-ministro das Cidades e deputado federal eleito, Aguinaldo Ribeiro (PP). Mesmo apoiando a presidenciável Dilma (PT) e não Aécio (PSDB), ele é peça fundamental no convencimento de quem também prefere essa combinação.
Médicos
Médicos se reuniram na noite de terça-feira para definir estratégias de campanha para pró Aécio e Cássio. O encontro foi no Clube dos Médicos.

Descontentamento
Não são apenas alguns deputados peemedebistas insatisfeitos com a decisão do PMDB em apoiar Ricardo. O filho do senador eleito, José Maranhão externou seu descontentamento.

Dissidentes
Léo Maranhão adesivou o carro com o número 45. A foto foi parar nas redes sociais. O braço direito de Zé, Otho Marcelo, também vai seguir pelo lado oposto. Disse que apoia Cássio.

Entalados
Os ex-candidatos a deputado federal do Sertão ainda estão entalados com Gobira, do Psol. Ele teria sido o responsável pelo fracasso de muitos. Só em Cajazeiras o sapateiro teve mais de 19 mil votos.

Apertado
Os números do Ibope e do Datafolha para presidente mostraram Aécio levemente na frente, 2%.

Margem
O empate técnico não era o resultado que muitos tucanos e anti-petistas esperavam. Mas acreditam que Aécio tem mais margem para crescimento.
Charminho

A terceira colocada na disputa presidencial, Marina Silva, “deu ré pra trás”. Horas antes de se pronunciar sobre o posicionamento que vai tomar no segundo turno, cancelou a fala. A ambientalista aguarda compromisso público de Aécio, como acabar com a reeleição e adotar medidas sustentáveis. Até parece que esse tipo de compromisso, na política, tem valor. É charme. Aécio e Marina foram forjados em bases bem diferentes.
Fogo
Depoimentos do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef exibidos ontem no Jornal Nacional vai colocar fogo nessa reta final da campanha.

Propina
Eles disseram que empresas com contratos com a estatal pagavam de 1% a 3% de propina para partidos, como PP, PMDB e PT.


Estrago

O dinheiro, segundo eles, financiou campanhas desses partidos em 2010. Partidos, empresas e envolvidos negaram tudo, mas não precisa de mais para fazer um estrago na campanha petista

Recuo
O deputado estadual eleito Frei Anastácio recuou. Depois que Dilma e Vital, seus candidatos, declararam apoio a RC, foi junto. Segundo ele, foi um pedido da presidente e do partido.