A Justiça Federal determinou que a Polícia Federal (PF) devolva a administração do sistema eletrônico do Instituto Lula à instituição. O local foi alvo de mandados de busca e apreensão na 24ª fase da Operação Lava Jato e desde então os e-mails de funcionários não podiam ser acessados.
Esta mais recente etapa da Lava Jato investiga doações ao Instituto Lula e pagamentos à Lils Palestras, empresa que pertencente ao ex-presidente.
De acordo com a força-tarefa, essas doações e pagamentos foram realizados por empreiteiras investigadas na operação.
Ainda é analisada a suspeita de que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas em um apartamento triplex em Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP), além da compra de móveis.
O ex-presidente nega as acusações.
A devolução da administração do sistema eletrônico foi condicionada a extração de cópia de todo o material eletrônico arquivado em contas de e-mail de funcionários do Instituto Lula.
“Finda ela [a cópia], deverá, com urgência, a autoridade policial promover a devolução da administração do sistema eletrônico do Instituto Lula ao Instituto Lula”, afirmou o juiz Sérgio Moro, que é responsável pelas ações penais da Lava Jato na primeira instância.
Em despacho assinado nesta quinta-feira (10), o juiz afirma as autoridades policiais já realizaram as cópias. Assim que o Instituto Lula retomar a administração do servidor, a Justiça deve ser informada.
Entre os e-mails analisados está, por exemplo, o de uma mulher que, de acordo com Moro, teria mantido contato com Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, para tratar de assuntos relacionados ao triplex. Há ainda menção ao e-mail de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e sócio da Lils.
Ao solicitar a devolução da administração do sistema, o Instituto Lula declarou à Justiça Federal que os agentes requisitaram a senha do administrador de e-mails. “Ocorre que referida senha foi modificada, de modo que os funcionários do Instituto Luiz Inácio Lula da Silva não mais conseguem acesso aos seus e-mails, o que vem inviabilizando as atividades corriqueiras”, informou o Instituto Lula.
Desta forma, a entidade pediu a restituição da senha, ou que seja informada a nova chave para que os funcionários do instituto possam desempenhar as atividades regulares.
Após a deflagração da 24ª fase, o Instituto Lula emitiu uma nota oficial a imprensa na qual caracterizou a condução coercitiva do ex-presidente para prestar depoimento como arbitrária, ilegal e injustificável.
Fonte: G1