Quem conhece o deputado federal Julian Lemos (PSL) lembra do ímpeto com que ele defendeu a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 2018. Naquele ano, sempre que as câmaras focavam o hoje presidente, estava Lemos de um lado e Hélio Negão (PSL-RJ) do outro. Mas de lá para cá, desentendimentos com o clã Bolsonaro e posições políticas divergentes colocaram os dois muitas vezes em pontos opostos. Um destes pontos diz respeito ao ato que defende o fechamento do Congresso, previsto para 15 de março. Lemos garante que não compactuará com rupturas democráticas.
“Fui eleito em um processo democrático, pelo voto, assim como o presidente Bolsonaro, que ajudei a eleger”, enfatizou Lemos. Ele diz reconhecer que “que o Congresso Nacional não tem sido aquilo que almejamos, em termos de decência e honestidade”. O parlamentar alega, no entanto, que não se pode generalizar e cita a si como exemplo de honestidade na Casa. “Eu não pratico atos de corrupção e nem achaco a vontade popular, como muitos fazem e isso é fato”, acrescentou.
Lemos diz que não vai ao protesto do dia 15 de março, que tem o presidente entre os apoiadores. A palavra-símbolo do ato é “Dia do Foda-se”, em alusão a um desabafo do general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), dito sem saber que estava sendo gravado. O próprio presidente tem usado as redes sociais para difundir vídeos defendo o fechamento do Congresso. Diante do caso, o ministro Celso de Mello (Supremo Tribunal Federal) disse que Jair Bolsonaro, a se confirmarem as informações, “não está à altura do cargo”.
Em conversa com o blog, Julian Lemos lembra que houve uma eleição recentemente e, nela, foram escolhidos os nomes do Congresso. “Eu não me manifesto a favor de nada que possa fortalecer uma ruptura institucional. O presidente Jair Bolsonaro não foi eleito desta forma. Imagine se a esquerda tivesse feito o que queria, que era dar um golpe? É através do processo democrático que nós podemos mudar. É mais lento. Não é o mais rápido, mas é o melhor”, disse o deputado.
“Eu acho que se existe um Congresso podre, ele precisou de voto para estar lá. Nossa democracia é muito nova, mas ela está evoluindo”, ressaltou Julian Lemos.
Fonte: Blog do Suetoni Souto Maior
Créditos: Blog do Suetoni Souto Maior