A presença da presidente Dilma Rousseff na sessão de abertura dos trabalhos do Congresso Nacional, nesta terça-feira (2), é mais um sinal de que o processo de impeachment da chefe do Executivo na Câmara dos Deputados vai ficando cada dia mais distante.
Para o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), um sinal claro é que, apesar das vaias que surgiram quando Dilma retomou o assunto da CPMF, os aplausos, que segundo ele foram de dois terços do Plenário,
Presidente discursou por quase 40 minutos na sessão de abertura dos trabalhos de 2016 do Legislativo
“Opinei há 15 dias que a presidenta deveria vir ao Congresso, eu tinha essa convicção de que era preciso enfrentar. Mais de dois terços aplaudiu e apoiou a decisão [de comparecer à sessão]. As vaias foram poucas e até os cartazes que a oposição levantou são de três anos atrás, é música de uma nota só”, afirmou o líder.
Além da aproximação entre Executivo e Legislativo, Guimarães destacou a importância de a presidente ir pessoalmente apresentar reformas que o governo julga necessárias. “O debate democrático pelo diálogo é a melhor maneira de encontrarmos o caminho do crescimento. Dilma apresentou ao Congresso as bases para as reformas que são necessárias”, disse o deputado, referindo-se à reforma da Previdência.
Crítico da fala da presidente, o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), disse que temas como ajuste fiscal e reforma da Previdência ainda precisam ser compatibilizados com o discurso de campanha de Dilma, mas o parlamentar elogiou a tentativa do governo, expressado no discurso da presidente, de taxar ganhos elevados de capital e de renda.
O líder da bancada do Psol acredita que a ida de Dilma enfraquece ainda mais a ameaça do impeachment, aceito em dezembro do ano passado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“O que valeu mesmo foi o gesto de ir ao Congresso e tentar abrir um diálogo com o Parlamento. Ninguém mais fala de impeachment, só Eduardo Cunha foi quem falou no assunto”, resumiu o líder do Psol.
Jornal do Brasil