Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, nesta terça-feira (25), o governador João Azevêdo (Cidadania) se mostrou preocupado com o recente aumento dos casos e óbitos de Covid-19 tanto na Paraíba como no Brasil. O gestor também falou sobre vacinação, a volta do Partido dos Trabalhadores (PT) à gestão e os cenários políticos para 2022 envolvendo Lula (PT), Jair Bolsonaro (sem partido) e as eleições locais.
Questionado sobre a declaração do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), de que o seu partido, o Progressistas, tem tamanho suficiente para compor a chapa majoritária de Azevêdo com o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), o governador disse que neste momento não está discutindo nem montando chapa para o pleito do próximo ano.
“Nós estamos muito longe do processo eleitoral, com indefinições do formato de como serão realizadas as eleições do próximo ano, se vamos ter ‘distritão’, se vamos ter nos moldes de hoje, se vamos ter o retorno da coligação. Ou seja, ainda há uma interrogação muito grande com relação a isso. Então, não há foco do governo no sentido de montar chapa”, explanou.
“O Progressistas pleitear, mostrar que tem tamanho para estar na chapa ou até com uma candidatura própria, é um processo natural, mas é um processo de construção de cada um”, continuou.
‘Volta’ do PT
Perguntado sobre a reunião que teve com Anísio Maia (PT) e Frei Anastácio (PT) na última sexta-feira (21) e se esse encontro significa um retorno do Partido dos Trabalhadores à base de seu governo, Azevêdo disse que esse assunto foi tratado durante a conversa, e que a tendência é sim de um retorno.
“Nós trabalhamos sim com essa possibilidade. É uma possibilidade real, do PT voltar a ocupar a secretaria que estava nesse momento de composição anterior. Nós discutimos isso e colocamos de forma muito clara na mesa. É lógico que eu tenho interesse de o PT participar do governo, até porque nunca se afastou, independente de ter uma ou outra pessoa dentro do partido de corrente diferente”, disse, em referência ao ex-deputado federal Luiz Couto.
Couto era secretário de Estado da Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido e foi exonerado no ano passado depois que decidiu apoiar a candidatura de Ricardo Coutinho (PSB) a prefeito de João Pessoa nas eleições de 2020.
Lula ou Bolsonaro
Questionado se votaria em Lula nas eleições presidenciais de 2022, Azevêdo disse que primeiro deverá seguir o que o seu partido, o Cidadania, decidir. Se a sigla lançar candidatura própria, Azevêdo afirmou que irá apoiá-lo. Em não tendo candidatura própria, o governador disse que irá analisar quem o partido deverá apoiar, para então tomar sua decisão.
Sobre Lula, Azevêdo afirmou que não “tem dificuldade em votar” no ex-presidente, principalmente em um hipotético segundo turno.
“Eu não tenho a menor dificuldade para votar no ex-presidente Lula. De forma nenhuma, até porque em 2018 eu votei em Haddad, então não tenho dificuldade para isso”, falou.
A única definição que Azevêdo tem sobre o pleito de 2022 é que não votará na extrema direita, hoje representada pelo presidente Jair Bolsonaro: “Minha única certeza. Eu não estarei na extrema direita. Não darei apoio ao atual presidente”, afirmou.
Terceira onda da pandemia
Para o governador, a Paraíba viveu nos últimos dias um cenário semelhante ao do País, porem sempre um passo à frente. Quando o Brasil apresentava redução de bandeiras, a nível local, essa redução era ainda maior.
“Nos últimos 30 dias, o Brasil se apresentava em situação de crescimento, com bandeiras vermelhas e a Paraíba se apresentava como bandeira amarela. Depois o país inteiro começou a entrar em bandeira amarela, e a Paraíba em bandeira azul, em queda, em função das medidas e decretos que nós tomamos em março”, explicou.
João Azevêdo se demonstrou preocupado com as mais de mil pessoas que estão internadas com a doença atualmente no Estado e não descartou que o próximo decreto pode ser mais restritivo do que o que está atualmente em vigor.
“Se a tendência até o final da semana for essa, nós sabemos claramente que outras medidas deverão ser tomadas visando a restrição da mobilidade urbana”, concluiu.
Vacinação e PNI
Para o governador, o Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19 deveria ser seguido apenas por um critério, o da faixa etária, evitando assim, conflitos como os que estão acontecendo. Ele disse que em um primeiro momento, deveriam sim ser vacinados os profissionais da saúde que trabalham na linha de frente contra a Covid-19, mas que depois disso, o único critério a ser seguido seria o da faixa etária.
“No primeiro momento era importante fazer a proteção dos profissionais da saúde? Evidente que sim. Entretanto, da minha lógica, eu acho que a vacinação devia ser por faixa etária e acabou. A partir dai, da proteção dos profissionais de saúde, você deveria seguir por idade e resolver o problema. Não haveria essas discussões de categorias que têm mais ou menos contato”, defendeu.
No entanto, João disse que o Plano deve ser mantido como foi elaborado, para que ele não se torne um “caos total” ao adicionar categorias inicialmente não previstas como prioridade.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba