Jean Wyllys: 'menino veste azul, menina veste rosa e Queiroz veste laranja'

O deputado federal reeleito Jean Wyllys (Psol-RJ) criticou e ironizou a postura da nova ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves, para quem tem início uma “nova era” no Brasil, onde “menino veste azul e menina veste rosa” – declaração consta em vídeo que circula nas redes sociais nesta quinta-feira 3.

“Menino veste azul. Menina veste rosa. Queiroz veste laranja”, escreveu o parlamentar no Twitter, em referência a Fabrício Queiroz, provável “laranja” e caixa da família Bolsonaro. Ele foi assessor e motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou uma movimentação atípica superior a R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017 por parte de Queiroz, inclusive pagamentos de R$ 24 mil a Michelle Bolsonaro, mulher do presidente eleito.

Flávio Bolsonaro foi chamado para prestar esclarecimentos ao Ministério Público do Rio de Janeiro sobre movimentação financeira. Queiroz teve a oportunidade de comparecer ao órgão para prestar depoimento, mas faltou em duas ocasiões. A defesa alegou problemas de saúde.

No dia 21 de dezembro, o deputado afirmou no Twitter: “Pela enésima vez, não posso ser responsabilizado por atos de terceiros e não cometi nenhuma ilegalidade. O ex-assessor é quem deve dar explicações. Todos da minha equipe trabalham e a prova de que o gabinete funciona bem são minhas crescentes votações”.

VEJA VÍDEO – Ministra Damares anuncia a nova era no Brasil: ‘meninos vestem azul e meninas vestem rosa’

Em entrevista à Record, no final do mês passado, Jair Bolsonaro disse que Fabrício Queiroz “nunca foi” seu laranja. “Conheço o Queiroz desde 1984, foi recruta meu. Fomos nos reencontrar depois, eu deputado, e ele policial militar. Sempre gozou de toda liberdade e confiança nossa, já foi pescar comigo, passou férias. Apareceu no Coaf, com o nome de pessoas que transferiram para a conta dele. Três (são) familiares. São pessoas que depositaram de R$ 300 a R$ 8 mil, durante um ano, não foi todo mês. Ele já falou claramente sobre aquela desconfiança, “ah, é caixa 2, é laranja”… De mim nunca foi”, afirmou.