Quem brilhou na convenção do PSL que lançou Jair Bolsonaro para a presidência da República não foi o candidato, chamado de “O Mito” por seus fanáticos seguidores, mas a advogada e professora de Direito do Largo de São Francisco Janaína Paschoal.
Convidada para compor a chapa de Bolsonaro na condição de vice, ela nem disse sim, nem não. Os que esperavam que ela exaltasse o candidato e suas propostas absurdas e radicais ouviram de Janaina o discurso de direita mais bem elaborado por estas bandas até aqui.
Como fez questão de observar logo de início, Janaína não estava ali atrás de cargos nem de aplausos. Pediu para que a escutassem em silêncio. Em seguida, sem concessões ao desvario, apresentou seu ideário para a conquista e manutenção do poder.
Acusou o PT de ser um partido totalitário, avesso às divergências, interessado em dominar pelas mentiras. Para logo advertir que ele não poderia ser combatido por outro que compartilhasse desses mesmos valores. Ensinou:
– Se construirmos um quadradinho e quisermos que todos estejam dentro dele, estaremos limitando a possibilidade de vitória e a possibilidade de governar. Não é hora de olhar com lupa e selecionar: ‘quem concorda com a gente, venha. Quem não concorda, saia.’ Isso não existe numa República e numa democracia.