Depois de ter processado o deputado federal Jean Wyllys (PSOL) por calúnia e injúria, o pré-candidato a Presidência da República Jair Bolsonaro (PSC) tem como alvo o também presidenciável Ciro Gomes (PDT). Bolsonaro entrou com uma queixa-crime no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) contra Ciro pelos mesmos crimes imputados a Jean Wyllys, supostamente cometidos durante entrevista concedida pelo pedetista ao programa “Pânico no Rádio”, da Rádio Jovem Pan. As informações são da Revista Exame.
Segundo a defesa de Jair Bolsonaro, a calúnia se deve ao fato de que Ciro associou o recebimento de um repasse de R$ 200 mil de Bolsonaro a “lavagem de dinheiro”. O PP, seu partido na época, repassou a quantia por meio de doações da JBS. Ele chegou a devolvê-lo, mas recebeu logo após o mesmo valor vindo de fundo partidário.
“Eu, se tô indignado, o cara depositou na minha conta sem a minha autorização, eu devolvo pra ele, e mando ele pastar, pra não dizer aquela outra frase que termina no monossílabo tônico. Não, o que ele faz, ele devolve para o partido, que na mesma data entrega R$ 200 mil pra ele. O nome disso é lavagem de dinheiro. Simples assim”, afirmou Ciro durante o programa.
O crime de injúria, segundo a defesa, é referente a declaração de Ciro de que Bolsonaro seria um “moralista” de goela. O parlamentar “sentiu-se frontalmente ofendido em sua dignidade, da qual é bastante cioso, pois sempre manteve coerência entre discurso e conduta pessoal, sobretudo como ferrenho opositor da corrupção e defensor de conceitos conservadores”, diz trecho da queixa-crime.
O primeiro juiz do TJPS descartou a acusação de calúnia. No seu entendimento, Ciro se expressou mal a classificar como “lavagem de dinheiro”, uma vez que os recursos do fundo partidário não tinham origem ilícitas. O magistrado enviou o caso para o juizado especial. O juiz do juizado, por sua vez, alegou que não cabe a ele fazer o julgamento. Com isso, caberá ao tribunal determinar quem tem jurisprudência para julgar o caso
Fonte: Uol
Créditos: Uol