O deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) escolheu o partido pelo qual lançará a sua pré-candidatura à Presidência da República. O vice-líder das pesquisas de intenção de voto trocará o PSC pelo PEN (Partido Ecológico Nacional). A mudança será feita assim que o político receber o aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para formalizar a filiação.
Bolsonaro confirmou o acerto. “Dei a minha palavra, só falta a autorização do TSE”, disse a VEJA. A próxima “janela partidária” está prevista para março, mas o projeto de reforma política que tramita no Congresso poderá antecipar o prazo.
O acordo com o PEN estipulou a mudança de nome do partido para Prona, em homenagem a Enéas Carneiro, deputado recordista de votos que morreu em 2007. A alteração na nomenclatura não implicará na refundação do Prona, uma vez que a sigla original de Enéas se fundiu ao PL para criar o Partido da República (PR) em 2006.
Bolsonaro afirmou que o PEN aguarda a autorização de uma das filhas de Enéas para dar entrada no processo de mudança de nome. Assim que o TSE permitir a troca de partido, o deputado federal levará para a sigla todos os filhos que ocupam cargos políticos pelo PSC — Eduardo Bolsonaro é deputado federal por São Paulo, Flávio Bolsonaro é deputado estadual pelo Rio de Janeiro e Carlos Bolsonaro é vereador pelo Rio.
A pré-candidatura de Bolsonaro à Presidência foi lançada pelo PSC no ano passado, mas o deputado rompeu com o presidente da sigla, Pastor Everaldo, após as eleições municipais. Bolsonaro ficou irritado com a aliança que partido fez com o PT e o PCdoB para eleger prefeitos no Maranhão.
Antes de acertar com o PEN, o deputado negociou a sua filiação com o PHS, o PSDC, de José Maria Eymael, e o Muda Brasil, um projeto de partido capitaneado por Valdemar Costa Neto, condenado no Mensalão. Bolsonaro somou 16% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, de junho, e empatou tecnicamente na vice-liderança com Marina Silva (Rede), que tem 15%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 30%.