Ex-procurador Rodrigo Janot, que deixou a cadeira da Procuradoria-Geral da República em setembro de 2017, manifestou sua posição alinhada com o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e afirmou que a troca de mensagens entre o ex-juiz Sérgio Moro (atual ministro da Justiça) e procuradores da Operação Lava Jato não devem implicar na anulação da condenação do ex-presidente Lula. Segundo umas das reportagens do Intercept Brasil, em um diálogo com o então juiz Sérgio Moro, o procurador Deltan Dallagnol duvida da existência de provas contra Lula. Janot afirmou apenas que os diálogos não são comuns.
“A essa altura, eu não acho que o processo, especificamente o do Lula, que já passou por mais de uma instância, que você possa dizer que houve a contaminação por parcialidade. Agora, que não é comum, não é”, disse ele ao jornal Valor Econômico. “Eu tinha conversas com o relator da Lava-Jato no Supremo. Mas conversas como um advogado tem com o relator, ou com o juiz. Se eu mandei três mensagens no WhatsApp para o Teori [Zavascki], foi muito, e nunca ele interferia no meu trabalho e eu no trabalho dele. Agora, eu mandava alguns avisos. ‘Chegou na minha mão uma bomba e eu queria que o senhor tomasse conhecimento disso.’ Isso é normal”, acrescentou.
Depois de condenar Lula sem provas, Moro recebeu o convite da equipe de Bolsonaro ainda durante a campanha eleitoral. E aceitou ser ministro do rival de quem ele tirou do jogo eleitoral. Questionado o fato de o ex-juiz integrar o atual governo, Janot respondeu:
“Se eu fosse convidado para ser ministro da Justiça, eu agradeceria e declinaria do convite. Se eu fosse convidado para ser ministro do STF, e fui, eu agradeceria, como agradeci, e declinaria, como declinei do convite. Toda esse contexto da Lava-Jato, a dimensão que tem, a complexidade, qualquer possibilidade que você coloque de uma discussão paralela surgir, é ruim. A questão já é pesada o suficiente, para você colocar ingredientes externos”.
Fonte: Brasil 247
Créditos: Brasil 247