Política

Impeachment da presidente Dilma tem mais de 500 mil assinaturas na web

Até a noite de sexta-feira (11/9), o documento virtual pelo impedimento da petista já reunia 511,5 mil adesões

abaixo assinado dilma

Mais de 500 mil apoiam o abaixo-assinado disponível na página da internet criada na quinta-feira pelo movimento suprapartidário pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff. Até a noite de ontem, o documento virtual pelo impedimento da petista já reunia 511,5 mil adesões. Em meio a crises política e econômica, a presidente passou a sexta-feira em agenda no Piauí. Ao participar do programa Dialoga Brasil, Dilma pediu à população para rejeitar aqueles que “querem sempre a catástrofe”.

Dilma voltou a dizer que há uma minoria no país que torce pelo “quanto pior, melhor”. A declaração ocorre dois dias depois de a Agência Standard & Poors (S&P) rebaixar a nota do Brasil. “Nós vivemos em uma democracia. E enfrentamos hoje um momento em que muita gente considera que quanto pior, melhor. Quanto pior, melhor para uma minoria. Quanto pior, pior para o conjunto da população. Nós devemos repudiar estes que querem sempre o desastre, sempre a catástrofe. Este é um país democrático que conquistou com muito esforço a democracia, a eleição de seus governantes por voto direto”, disse.

A presidente ressaltou a importância de alguns programas sociais, como Mais Médicos, Bolsa Família, no seu discurso, disse que o país avançou muito nos últimos 13 anos de governo do PT e há muito o que ser feito. Ela reconheceu que o país passa por uma situação difícil, mas não entrou em detalhes sobre o que o governo cortará “na carne” para estancar a crise. O anúncio das primeiras medidas da reforma administrativa ficarão para segunda-feira, após a reunião que a presidente terá com a coordenação política. Ontem, depois de participar do Diáloga Brasil com ministros do governo, ela reuniu-se com empresários. Antes, visitou as obras da ferrovia Transnordestina.

Redes sociais
Aliado ao rebaixamento da nota, que piora a crise na economia, evidenciado com a previsão de rombo de R$ 30,5 bilhões enviado ao Congresso Nacional, cresce a pressão pela saída da presidente. O anúncio da S&P fortificou o movimento suprapartidário pró-impeachment, que reúne deputados de PSDB, PPS, DEM, SD, PSC, PTB e alguns da base, como PMDB e PSD, que criaram contas nas redes sociais. A página da internet que traz o abaixo-assinado mostra a íntegra do pedido de impeachment feito pelo jurista e fundador do PT Hélio Bicudo, na última semana. Bicudo se embasa na Operação Lava-Jato, nas pedaladas fiscais e em outros argumentos para dizer que Dilma cometeu crime de responsabilidade fiscal.

Ontem, o fundador do PT disse que não tem expectativas quanto à análise do seu requerimento pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha. “O pedido de impeachment é um pedido jurídico, mas que tem um fundamento político também. Está na Constituição e na legislação ordinária do país”, afirmou. Bicudo disse ainda que cabe a Cunha se ater aos aspectos jurídicos que justifiquem o afastamento, já que os políticos devem ser analisados pelos parlamentares do Congresso como um todo. “Vamos ver o que vai acontecer; do meu ponto de vista, será uma atitude normal, se ele (Cunha) acatar o pedido”, prosseguiu.

Fonte: Correio Braziliense