Saídas do Ministério

Hugo Motta, relator dos Precatórios, diz que PEC não foi motivo principal de demissões na Economia

Hugo Motta, relator dos Precatórios, diz que PEC não foi motivo principal de demissões na Economia

O relator da PEC dos Precatórios, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), disse não acreditar que a proposta foi o principal motivo dos pedidos de demissão no Ministério da Economia. Quatro secretários pediram exoneração da pasta na quinta-feira (21), dentre eles o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal.

Segundo Motta, “algumas das mesmas pessoas que pediram demissão estavam, pela manhã, discutindo o texto [da PEC dos Precatórios]. Portanto, ninguém pode dizer que não sabia. Isso foi amplamente discutido com a equipe econômica e política do governo. Então estamos aprovando o texto que entendemos ser o melhor”, afirmou em entrevista à CNN.

“Não acho que a PEC em si tenha sido o motivo principal [dos pedidos]”, disse Motta. “Talvez a relação já viesse desgastada de algum tempo. Já sabemos, e não é segredo para ninguém, as turbulências que a equipe econômica tem enfrentado, principalmente nos últimos dias. com especulações de todos os tipos, e isso sabemos que afeta a convivência”. Segundo Motta, não se pode culpar a PEC pela demissão, já que “ninguém pedira demissão por uma PEC”.

No mesmo dia da saída dos secretários, a PEC também foi aprovada na comissão especial da Câmara dos Deputados. O relator apresentou uma complementação do voto que trouxe alterações na regra de correção do teto de gastos, para abrir espaço ao financiamento do novo programa social do governo, o Auxílio Brasil. “Se o governo precisar gastar um pouco mais para amparar essas pessoas que precisam, o Congresso concorda com essa política, mas sem fazer a política da irresponsabilidade fiscal”, afirmou Motta.

O deputado ainda destacou que o governo vem procurando fazer as reformas “para enxugar o tamanho da máquina pública e tornar mais eficientes os gastos públicos”. Segundo ele, a reforma tributária, a capitalização da Eletrobrás, a decisão da Câmara sobre os Correios e a autonomia do Banco Central são iniciativas que mostram o compromisso com a agenda reformista.

Contudo, com a situação do desemprego e da inflação, que corrói a renda, Motta avaliou que o Congresso “decidiu politicamente” dar condições para fazer um reajuste no programa social para atender as pessoas que precisam de auxílio. O relator afirmou que foi apresentada uma solução que continua respeitando o teto de gastos e sinaliza “positivamente” para a política fiscal.

O mercado financeiro teve um dia turbulento com a desorganização do Governo em torno do Auxílio Brasil. O Ibovespa encerrou em queda de 2,75%, menor fechamento desde novembro de 2020. Já o dólar disparou, encerrando em R$ 5,66, alta de 1,90%, nova máxima em seis meses. Ao longo do dia, a moeda encostou nos R$ 5,70.

Sobre essa reação do mercado, Motta afirmou que é parcial na análise que faz e que “muitos ganham com essa especulação que se faz”. “Tem que se dar satisfação ao mercado, mas tem que se ter prioridades e é isso que a política faz. É uma decisão política que está sendo tomada”, disse Motta.

Fonte: Polêmica Paraíba com CNN
Créditos: Polêmica Paraíba