O Palácio do Planalto colocará em prática, nesta semana, o plano de distribuir cargos ao Senado, a fim de construir um “blocão” (com o PT, PCdoB e alas do PDT, PRB, PSB e PMDB) contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em tramitação no Congresso nacional. A ideia é mostrar, principalmente aos deputados indecisos, que a líder petista tem apoio no Senado, e, assim, incentivar o “voto útil” contra o seu afastamento no âmbito da Câmara.
Cabe ao Senado referendar ou não, por maioria simples, eventual decisão da Câmara pela continuidade do processo de impedimento, o que depende de 342 votos dos deputados.
A nova estratégia, combinada com a reforma ministerial, foi discutida nessa segunda-feira, durante reunião de Dilma com ministros do PT. Antes, os esforços se concentravam na Câmara, mas a ordem é ampliar o “varejo” político para acomodar apadrinhados de senadores aliados em postos-chave, tais como ministérios e bancos públicos. Com isso, também seria aproveitado o espólio deixado pelo PMDB, que há uma semana anunciou oficialmente o seu desembarque da base aliada.
O movimento tentará convencer o chamado “baixo clero” – formado por políticos pouco conhecidos – que a presidenta possui todas as condições (e a caneta) para enfrentar os adversários.
Tudo será feito para criar uma “onda” pró-Dilma, ainda que por temor de represálias se ela permanecer no cargo. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, que será difícil reverter o quadro se o impeachment receber sinal verde da Câmara.
Fonte: o Sul
Créditos: O Sul