Temer recomendou: não fale em crise, trabalhe. O problema: a cada vez que alguém do governo fala, é uma crise. A mais recente resultou no presidente em exercício desautorizando publicamente seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Temer negou que fosse mudar a forma de escolha do procurador-geral da República. Moraes, horas antes, havia dito que o governo não manteria o hábito de escolher o procurador mais bem votado da eleição do órgão. Escolher qualquer um da lista tríplice está dentro da lei, mas os últimos governos – até mesmo em âmbito estadual – têm optado por escolher o mais votado como forma de dar autonomia ao Ministério Público.
Sobre a tal autonomia, Moraes ainda mandou: “Poder do MP é grande mas não pode ser absoluto”. Em um momento no qual os procuradores da Lava-Jato estão atuando a toda velocidade, esta pode ser uma declaração no mínimo mal-interpretada.
Ministro da Saúde escorregou ao tratar da pílula do câncer Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
Assim como foi mal-interpretada a declaração do ministro da Saúde, Ricardo Barros, do PP do Paraná – o primeiro não-médico a ocupar o cargo desde o economista Barjas Negri, em 2002, no governo FHC. O engenheiro civil disse que “no mínimo tem o efeito placebo” se referindo à polêmica pílula do câncer. E acrescentou que “a fé remove montanhas”. Para pacientes de câncer e seus familiares, foi uma declaração infeliz.
Temer com Henrique Meirelles: o ministro da Fazenda já chegou prometendo voltar com a CPMF. Era melhor não falar nada Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
A falta de assessoria também pesou para o ministro Henrique Meirelles, que, depois de quase um ano de polêmica sobre CPMF vivida por Dilma Roussef, em uma das primeiras falas diz que pode implantar…a CPMF!
E o próprio Temer, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, prometeu chamar alguém do “Universo Feminino”. Mulheres de todos os planetas se sentiram incluídas. Só que não. Menos mal que no fim da segunda-feira uma mulher foi empoderada: Maria Silvia Bastos Marques, no BNDES.
De qualquer maneira, melhor reformular o dito de Temer: não fale, trabalhe.
Fonte: EXTRA
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