A Secretaria Nacional do Consumidor determinou que os frigoríficos Souza Ramos, Transmeat e Peccin iniciem em até cinco dias recall de todas as carnes vendidas por eles que estejam no mercado.
Os três são alvos da Operação Carne Fraca, deflagrada na semana passada, para investigar corrupção no sistema de fiscalização sanitária do Ministério da Agricultura.
De acordo com a decisão tomada nesta quinta-feira (23), todos os produtos desses estabelecimentos “devem ser recolhidos, com o devido reembolso ao consumidor, daquilo que for por ele restituído aos pontos de venda”, informou o órgão ligado ao ministério da Justiça e responsável pela defesa dos consumidores.
Alguns países que recebem carnes exportadas do Brasil já tinham tomado a mesma decisão.
A decisão foi tomada após a secretaria receber documentos do Ministério da Agricultura.
No caso do Souza Ramos em Colombo (PR), o ministério informou ao órgão do consumidor que o local “não detém controle dos processos relacionados a formulação e rastreabilidade de seus produtos não garantindo a inocuidade dos produtos elaborados, fato que levou à interdição da mesma”.
Já em relação ao Transmeat, de Balsa Nova (PR), a informação oficial foi de que “o estabelecimento não detém controle dos processos relacionados à rastreabilidade dos produtos”.
Sobre a Peccin, de Curitiba (PR), o ministério relatou que há “suspeita de risco à saúde pública ou adulteração” na produção.
Os três frigoríficos já haviam sido interditados pelo Ministério da Agricultura, mas agora eles também terão que pagar pelos produtos que já foram vendidos.
De acordo com nota da secretaria do consumidor, quem adquiriu carne dessas empresas deve procurar os canais de atendimento da própria empresa para obter informação sobre a qualidade e a segurança desses produtos.
“Caso não consiga atendimento adequado ou permaneça com dúvidas, o consumidor deve procurar o órgão de defesa do consumidor mais próximo para orientação sobre como proceder ou para realizar sua denúncia ou reclamação”, informou a secretaria.
O órgão informou ainda que continuará com processos abertos para investigar e aplicar possíveis penas às empresas.
OUTRO LADO
Em nota em seu site, a Peccin informa que as alegações da Polícia Federal são falsas e está surpresa e consternada com a operação, mas que está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. Pede “paciência e serenidade da sociedade para o esclarecimento dos fatos verdadeiros” e que foram divulgadas “inverdades sobre o seu sistema de produção”. As outras duas empresas não responderam pedido de esclarecimento enviado pela Folha sobre o tema até a última atualização desta reportagem.
Fonte: Folha de S. Paulo