O ex-juiz e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Podemos), afirmou em seu livro ‘Contra o sistema da corrupção’ que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o proibiu de realizar manifestações sobre os inquéritos envolvendo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas).
Segundo o ex-magistrado, “fui orientado a me manter distante da questão. ‘Se não vai ajudar, então não atrapalhe’, ele [Bolsonaro] me disse. Por uma questão pessoal, o presidente pedia a mim que ignorasse aquela séria ameaça ao sistema nacional de prevenção à lavagem de dinheiro”.
O episódio em questão refere-se a uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que suspendeu os inquéritos derivados dos relatórios do Coaf – o que beneficiou Flávio em seus inquéritos.
Moro conta que os planos de Bolsonaro, no início de 2020, era de desmembrar o ministério da Justiça e da Segurança Pública. Caso a decisão fosse tomada, sua saída seria iminente. “Se a pasta fosse dividida, não continuaria no governo de jeito algum (…). Concluí que ele simplesmente não confiava em mim e não desejava a minha presença no governo”.
Por fim, o ex-juíz afirma que “é fácil concluir” que errou ao ter aceitado ser ministro de Bolsonaro, mas que “naquela época, no entanto, o conhecimento do futuro não estava à disposição”.
Fonte: IG
Créditos: IG