No esforço para votar ainda em dezembro a reforma da Previdência, o governo vai distribuir aos deputados um material mostrando que votar a proposta não tira votos. Com o mote “Votar certo, deu certo”, a ofensiva mira os parlamentares da base ainda relutantes em votar a matéria por medo de perderem votos nas eleições de 2018, quando boa parte deles tentará a reeleição à Câmara ou outros cargos eletivos.
“Vote a favor da reforma da Previdência. Foi o certo em 1998. É o certo a se fazer hoje”, diz a peça do governo, lembrando os parlamentares que a votação da Previdência no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB ) ocorreu perto das eleições.
O material que O GLOBO teve acesso apresenta dados sobre os deputados que votaram a proposta no governo tucano. Segundo o documento elaborado pela equipe do presidente Michel Temer, 69% dos que votaram a favor do substitutivo do Senado à proposta naquele ano, que foi aprovada, conseguiram se reeleger, enquanto que, dos deputados que foram contrários à proposta naquele momento, apenas 50% se reelegeram.
Outro dado apresentado no panfleto é em relação à votação, no plenário da Câmara dos Deputados, da idade mínima por tempo de contribuição proposta por FH, também votada em 1998, mas rejeitada por apenas um voto. Segundo o governo, 72% dos deputados que votaram a favor desse ponto conseguiram renovar seus mandatos, enquanto só 50% dos parlamentares contrários se reelegeram deputados.
O panfleto que será entregue aos parlamentares não leva em conta, no entanto, as diferenças nos índices de popularidade dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer e nem o fato de que, em 1998, o tucano concorreu à reeleição e venceu a corrida presidencial no primeiro turno.
Naquele ano, segundo pesquisa Ibope, FHC era bem avaliado por 40% dos brasileiros, enquanto Temer amarga hoje índices ínfimos de popularidade, aprovado por apenas 5% dos brasileiros, de acordo com a última pesquisa Datafolha, realizada em 29 e 30 de novembro, ou 3%, segundo pesquisa Ibope realizada em setembro.
Fonte: O Globo
Créditos: Leticia Fernandes