O governador Wilson Witzel quer que usuários de drogas como maconha e cocaína identificados pela polícia sejam condenados a catar lixo na praia. O plano foi revelado em entrevista à atriz Antonia Fontenelle publicada nesta segunda-feira.
As declarações surgem após Witzel ter dito que conduziria imediatamente para a delegacia “quem fuma maconha na praia ou usa qualquer entorpecente” na última semana. Na entrevista publicada ontem, ele lembrou o artigo 28 da Lei Federal 11343 para justificar a medida. O texto prevê que quem adquirir, guardar ou transportar substância entorpecentes para consumo pessoal fica a sujeito a penas de advertência, medida educativa de comparecimento a programa ou curso e prestação de serviços à comunidade. A norma não estabelece penas de prisão (ou privação de liberdade) nesses casos.
– Nós estamos trabalhando junto aos juízes para que essa prestação de serviço à comunidade seja catar lixo na areia da praia. Então, será uma atividade muito importante ter lá um apenado, que é usuário de substância entorpecente, catando lixo na praia. É uma das possibilidades de prestação de serviço. Durante cinco meses, ele vai trabalhar uma vez por semana durante uma ou duas horas – afirmou ele – Se não prestar, será multado e, toda vez que for surpreendido, vai ser conduzido à delegacia, conduzido ao juiz. Ou seja, não vai ser fácil a vida de quem quiser transgredir a lei e nós vamos exercer com rigor aquilo que a lei determina.
O governador explicou a série de procedimentos previstos antes do cumprimento da pena. Uma vez identificado com a droga, o usuário será conduzido a uma delegacia, onde será fichado, cadastrado e terá marcada uma audiência com o juiz.
– O juiz de direito, no Juizado Especial Criminal, vai fazer uma advertência para ela não usar mais a substância entorpecente e oferecer ajuda para tratamento em alguma clínica especializada. Além disso, vai impor a esse infrator a prestação de serviço à comunidade – disse Witzel.
A entrevista de Witzel à Antonia foi publicada nesta segunda-feira no Youtube. Até 10h desta terça-feira, o vídeo tinha aproximadamente 16 mil visualizações, cerca de 370 comentários e mais de 3500 avaliações positivas.
“Tem que matar”
Além da questão da guerra às drogas, Witzel aborda outros temas durante a entrevista. Com relação à segurança, ele destaca o investimento feito na Polícia Civil, anuncia que pretende contratar 12 mil novos policiais até o fim do mandato e volta a defender o assassinato de suspeitos que portem fuzis:
– Alguém de fuzil é uma ameaça iminente tem que ser abatida não adianta você perguntar ‘larga o fuzil’. Não vai largar. Então, tem que matar – diz ele.
Em outro trecho, ele manda um recado ainda mais direto:
– Não sai de fuzil na rua não. Troca por uma bíblia. Porque, se você sair, nós vamos te matar.
Por outro lado, o governador voltou a negar que defenda a pena de morte e se vale de dados científicos para argumentar nesse sentido:
– Eu fiz uma pesquisa na faculdade ainda sob pena de morte e, em vários países e estados que tinham pena de morte, a criminalidade não reduziu – relatou – O que impõe medo ao criminoso é a certeza de que ele vai ser punido.
Provocado com relação às eleições de 2022, Witzel não escondeu suas intenções:
– Meu desejo é ser presidente da república. De preferência, sucedendo o presidente Jair Bolsonaro.
A entrevista de Witzel à Antonia foi publicada nesta segunda-feira no Youtube. Até 10h desta terça-feira, o vídeo tinha aproximadamente 16 mil visualizações, cerca de 370 comentários e mais de 3500 avaliações positivas.
Fonte: EXTRA
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