O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu neste sábado (18) com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em mais um capítulo da tentativa de formar uma frente ampla de partidos e lideranças empresariais contra o grupo de Jair Bolsonaro (sem partido).
A ideia da frente ampla é reunir líderes da esquerda, do centro e da direita contra a ala bolsonarista, identificada por eles como de extrema-direita e como uma ameaça aos valores democráticos. Na segunda-feira, o governador se reúne com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos conselheiros do apresentador Luciano Huck. A celebridade da TV foi sondada pelo Cidadania para ser candidato em 2018, mas não acabou não aceitando.
A conversa do maranhense com Lula aconteceu em um evento que objetiva recuperar os direitos políticos do ex-presidente para que ele possa voltar a se candidatar. Não faltaram críticas ao ex-juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro, que condenou o petista e pode sair candidato em 2022.
“Diante da falta de isenção de Moro, queremos que o ex-presidente tenha direto a um julgamento justo, possa provar sua inocência e que recupere seus direitos políticos”, explicou a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), em rede social.
Com o companheiro @FlavioDino, governador do Maranhão, na reunião do Comitê Nacional Lula Livre. Orgulho em contar com o apoio e solidariedade de um homem do Direito que, de quebra, teve a coragem de abandonar a toga pra fazer política.
Foto: Ricardo Stuckert pic.twitter.com/QvmbCzRiXZ
— Lula (@LulaOficial) January 18, 2020
Lula foi condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro. Apesar de recorrer em liberdade ao Supremo Tribunal Federal (STF), está barrado de concorrer pela Lei da Ficha Limpa.
O UOL apurou que Dino aproveitaria o evento para discutir com Lula a ideia de uma frente ampla até 2022. “Em São Paulo, boa conversa com o presidente Lula sobre a defesa do Brasil, da Constituição e dos direitos sociais”, resumiu o governador em publicação em rede social.
Porém, essa ideia tem resistência do próprio Lula e de outros integrantes da esquerda.
O ex-candidato à Presidência pelo PT nas últimas eleições, Fernando Haddad, é um deles. Ele afirmou ao UOL que é importante que as forças democráticas se unam em 2022, mas acredita numa frente de centro-esquerda, e não numa coalizão grande, incluindo forças da direita e do centro.
Ainda assim, defende que, de alguma forma, “o erro de 2018”, a eleição de Bolsonaro, não deve se repetir. “Os democratas devem ter o compromisso para evitar o que ocorreu”, contou ele à reportagem na tarde deste sábado (18).
Uma importante liderança do PT ironizou as ideias de Flávio Dino. “O Dino vai ser vice do Luciano Huck?”, questionou essa fonte, pedindo o anonimato, em conversa com UOL.
Segundo esse mesmo petista, porém, poderia haver acordo por escrito assinado, antes das eleições, entre Huck e outras forças de direita e de centro. “Eu assino um documento dizendo que, se Huck for para o segundo turno, nós o apoiamos contra Bolsonaro. E Huck diz que, se formos para o segundo turno, ele nos apoia”, esclareceu.
Fonte: UOL
Créditos: Eduardo Militão