O governador da Bahia, Rui Costa, que chegou a defender uma aliança entre o PT e o PDT para as eleições disse que a aproximação de Ciro Gomes com o DEM e o Centrão afasta a possibilidade de uma chapa comum: “É evidente que afasta. Até porque toda concordância nossa até aqui com o arcabouço de ideias que ele colocou, na medida em que tenha que recompor suas ideias para fazer esses acordos, é evidente que afasta”. Ele foi taxativo em entrevista nesta quarta (18): “Não é possível ter agenda que envolva, eu diria, propostas tão diferentes”. Costa reafirmou que o PT tem apenas um nome à Presidência: Lula.
O governador reafirmou que o candidato do PT e repeliu a insistência da imprensa conservadora quanto a um “plano B”. Segundo ele, é Lula o nome capaz de reconstruir o país. Jornais conservadores (Folha de S.Paulo e Valor) distorceram entrevistas realizada com o governador baiano com o claro objetivo de atender as agendas da mídia de direita. Ambos afirmaram que Rui Costa estaria apoiando um nome de fora do PT caso a candidatura de Lula seja, afinal, inviabilizada pelo Judiciário. Mas a leitura das reportagens deixam claro que as declarações foram “arrancadas” de Costa com base em peguntas capciosas. Leia as reportagens da Folha (aqui) e do Valor (aqui).
A distorção é tão evidente que para um jornal (Valor), o governador teria garantido que Jacques Vagner será candidato a senador pelo PT na Bahia e que, portanto, ele está fora de qualquer cogitação para uma eventual chapa na disputa presidencial -é a informação mais próxima do que realmente foi definido pelo PT baiano. Já para a Folha, Costa “não descartou que seu conterrâneo Jaques Wagner (PT) seja vice em uma chapa encabeçada pelo empresário Josué Alencar (PR)”. A afirmação, no primeiro parágrafo da reportagem, transparece como distorção três parágrafos adiante, onde está escrito: “Questionado se via como impossível uma composição com Josué Alencar como candidato a presidente e o ex-governador Jaques Wagner (BA) como vice –desejo do PR–, Rui Costa disse que não.” O que o governador baiano faz é a simples admissão de uma realidade de que se Lula for impedido de concorrer, o PT precisará escolher outro candidato.
O fato é que o governador baiano fez duas afirmações claras em suas entrevistas ontem: 1) Lula é o candidato do PT; 2) A aproximação de Ciro com o DEM e o Centrão afasta a possibilidade de uma aliança PT-PDT para a disputa presidencial. O resto é a agenda da mídia conservadora.
Fonte: Brasil 247
Créditos: Brasil 247