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Gleisi sobre revisão da reforma trabalhista: "estará no plano do PT"

Nesta semana, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que será revogada a reforma trabalhista implantada no país em 2017, devido ao aumento do desemprego no país 

 

Foto: Gleisi Hoffmann

Nesta semana, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que será revogada a reforma trabalhista implantada no país em 2017, devido ao aumento do desemprego no país . Após a decisão, o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva trocou elogios com o presidente do governo da Espanha pelas redes sociais.

A presidente do Partido dos Trabalhadores explicou os principais pontos que deverão passar por modificações caso Lula chegue ao poder. Ela ainda afirmou como poderá ser feita a negociação, mesmo se a configuração do próximo Congresso seja conservadora, como a atual.

De acordo com Gleisi, os parlamentares vão aceitar a mudança “se houver uma boa articulação dos trabalhadores com o governo e com o setor empresarial”.

A presidente do PT afirmou que o resgate de direitos trabalhistas negociado agora na Espanha deve servir de inspiração aos brasileiros e alega que a revisão da reforma constará do compromisso do partido na campanha presidencial que começa em breve.

Segundo Gleisi, o PT “sempre foi crítico da reforma, votamos contra, fizemos todos os movimentos que poderíamos para resistir, porque sabíamos que aquilo estava sendo construído para precarizar as relações de trabalho”. De acordo com ela, a reforma naquelas configurações não colaboraria para a geração de empregos, mas sim dificultar a vida do trabalhador. “Por exemplo, trabalho intermitente. É uma aberração que a pessoa não tenha assegurado sequer o direito ao salário mínimo, nem outros direitos trabalhistas”, explica.

Quando questionada sobre os principais prejuízos causados pela reforma, Gleisi pontuou o enfraquecimento da Justiça do Trabalho e do movimento sindical.

“Foi tirada a contribuição dos sindicatos. Tem a questão do negociado prevalecer sobre o legislado. O enfraquecimento da Justiça Trabalhista retirou dos trabalhadores as condições de reivindicar seus direitos. Ninguém tem dinheiro, né? Um cara que ganha um salário, dois salários mínimos, um desempregado que hoje quiser fazer uma representação na Justiça, esses pensam várias vezes. Não vão ter dinheiro para pagar”, disse a deputada.

A deputada afirmou que a reforma trabalhista será um dos tópicos do plano de governo do PT. Para ela, além do fortalecimento da Justiça do Trabalho e da contribuição sindical, a questão do trabalho intermitente é um dos pontos que deverão ser modificados com a nova reforma trabalhista.

“É uma modalidade de precarização muito grande. A questão do negociado sobre o legislado tem que ser revista. Os acordos coletivos também. Um acordo coletivo vale por um período e, se não tiver negociação fechada, antes a legislação previa que continuava aquele até um próximo. Agora não. Ele simplesmente deixa de existir. Isso deixa os trabalhadores numa situação muito vulnerável”, afirma.

Fonte: IG
Créditos: Polêmica Paraíba