O deputado federal Gervásio Maia (PSB) não defende a aplicação do voto impresso e auditável para as eleições de 2022. Em conversa com o Polêmica Paraíba, o parlamentar também falou ver desvantagens na proposta de implantação do ‘distritão’ nas eleições do próximo ano, comentou sobre o convite para ingressar no MDB e acerca do encontro que teve com o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) nesta terça-feira (22).
Para Gervásio, o voto impresso e auditável não traria benefícios para o processo eleitoral. Na visão do deputado, essa alteração é um retrocesso ao sistema da urna eletrônica e deixaria “dúvidas” quanto ao resultado das eleições.
“Eu faço vários questionamentos. O primeiro deles: o voto auditável garante a lisura do pleito em que aspecto? Na hora que você coloca o voto impresso, quando terminar a eleição, a gente vai voltar ao período antes da urna eletrônica, em que votos eram trocados, papéis sumiam. É um processo extremamente caro e pode abrir uma discussão judicial sem fim”, justificou.
O parlamentar argumentou que seria mais benéfico para a população buscar uma forma de melhorar o atual sistema e não transformá-lo em um “processo híbrido”.
‘Distritão’ e voto majoritário
Já com relação à proposta de alteração eleitoral para a implantação do ‘distritão’, que na prática, transformaria as eleições para os cargos de deputado estadual, deputado federal e vereador no sistema majoritário, onde é eleito aquele candidato que obtiver mais votos, Gervásio também demonstrou posição contrária.
Maia lembrou que existem várias propostas de alteração para a legislação eleitoral do próximo ano, mas que, pelo o que tem percebido na Câmara dos Deputados, a proposta do ‘distritão’ tem ganho força. Na sua visão, porém, o sistema eleitoral que deveria vigorar é o das coligações também para os pleitos proporcionais.
“Se dependesse de mim, nós teríamos as coligações partidárias. Eu defendo o fortalecimento de todos os campos da política, e em alguns modelos as minorias desaparecerão. E a gente sabe como é importante o papel das minorias no Congresso Nacional e nas casas legislativas. E se o modelo ficar como está, nós teremos o fim de diversos partidos importantes”, justificou.
Convite do MDB
Na entrevista, Gervásio também comentou sobre o convite que recebeu por parte do deputado estadual Raniery Paulino (MDB) para ingressar na sigla. Ao Polêmica, Gervásio, o presidente estadual do PSB, agradeceu mais uma vez pelo convite mas disse que se sente bem no PSB.
“A minha vida partidária tem me realizado muito. Eu tenho uma bancada muito forte, que trabalha em uma sintonia muito forte com os anseios do povo […]. Eu agradeço, tive grande parte da minha vida no então PMDB, hoje MDB, tenho uma admiração muito forte pelo deputado Raniery e pelo senador Veneziano, mas eu tenho me realizado muito no PSB. Não há de se considerar a possiblidade de dizer sim ou não se aqui está tudo bem”, disse.
Segundo ele, esses rumores de mudanças de partidos entre os políticos só acontecem devido à instabilidade nas legislações eleitorais, já que a cada pleito aparecem demandas por mudanças nos formatos de votação.
“Toda eleição fica esse vai e vem, de quem vai e quem fica, e eu atribuo tudo isso à instabilidade de um modelo eleitoral que muda a cada eleição. Não dá para você aceitar toda eleição estar alterando o modelo eleitoral. Ele tem que ser único”, protestou.
Encontro com Ricardo Coutinho
Durante a entrevista, o deputado federal também comentou sobre o encontro que teve com o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), em Brasília, em evento de filiação do partido. Em processo de distanciamento, os dois não se falavam desde as eleições do ano passado.
Gervásio Maia disse que o diálogo entre os dois contou com ‘amenidades’ e foi cercado de reflexões sobre a pandemia da Covid-19, afirmando que não houve discussão sobre a disputa eleitoral de 2022.
“Eu não tinha tido qualquer contato com o ex-governador Ricardo desde a eleição. Ele esteve no evento de filiação do governador Flávio Dino e do deputado Marcelo Freixo, e conversamos. Conversamos sobre as filiações, com outros parlamentares que estavam em nosso entorno, e conversamos sobre o momento difícil que o Brasil vive, esses equívocos cometidos pelo presidente da República, sobre a pandemia, nada mais do que isso. Amenidades e problemas convividos pelo povo brasileiro, pelo país e pelo mundo, e que muitos deles passam pelo Congresso”, disse.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba