O deputado Gervásio Maia Filho se queixa do tratamento que estaria recebendo da direção estadual do PMDB e suspeita que o partido esteja preparando sua expulsão.
As razões elencadas por Gervasinho, como o parlamentar é mais conhecido, são alterações de três diretórios municipais do PMDB onde aliados seus acabaram apeados da direção partidária. Mudanças sem aviso prévio.
O parlamentar não registrou, mas poderia alegar também que perdeu no acordo feito com o deputado Maonel Júnior para assumir a direção do PMDB de João Pessoa. A direção estadual está cozinhando o galo, mas as chances de Gervasinho são zero.
O problema é que existe um erro neste enredo. O PMDB não costuma expulsar filiado, muito menos deputado ou prefeito. Na verdade, Gervasinho está sendo isolado e sutilmente escanteado da cúpula do PMDB.
Avalia-se, de início, que o motivo de tudo seja a proximidade do deputado Gervásio Filho com o governador Ricardo Coutinho. Essa é uma alegação que faz bem ao parlamentar, já que pode ser usada a favor em seu relacionamento com o governo.
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Veja-se, porém, que grande parte do PMDB, incluindo o presidente do partido, o senador José Maranhão, se diz aliada do governo. Assim, falta algum sentido.
Talvez valha lembrar que esta não é a primeira vez que Gervasinho se choca com a cúpula do PMDB. Em 2011, o parlamentar acusou a Executiva Estadual de fraudar a ata de uma reunião do partido que havia discutido sobre eleições municipais, afirmando, inclusive, que a fraude teria ocorrido às vistas do senador Maranhão. Em verdade, à época, Gervasinho chegou peitar o senador.
Aparentemente, depois de muitas conversas, o imbróglio teria sido resolvido. Todavia, ao que tudo indica não foi. O senador Maranhão é daqueles que finge que engole, mas remói os desaforos. Um dia cobra. E parece ter chegado a hora, com a vantagem de que dificilmente se fará associação com a confusão de 2011 e a inclinação da maioria do PMDB é pelo lançamento de um candidato a prefeito de João Pessoa.
É verdade que Gervasinho tem pedigree político e algum talento como articulador, mas, no PMDB da Paraíba, carrapeta ainda não derruba peão.
Brasil 247
