Entrevista

Geraldo Medeiros explica falta de doses em JP e diz que prazo para segunda dose "pode" ser ultrapassado - ENTENDA

O secretário estadual de saúde, Geraldo Medeiros, tranquilizou os paraibanos quanto a aplicação da segunda doses de vacinas contra a Covid-19. Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, Geraldo esclareceu a falta de doses gerada em João Pessoa nesta terça-feira (13), e sanou dúvidas quanto a um possível atraso na aplicação da segunda dose das vacinas e a polêmica envolvendo Campina Grande.

Perguntado sobre a falta da segunda dose de imunizantes, detectadas em alguns municípios paraibanos, em especial João Pessoa, que nesta terça-feira (13) registrou aglomeração de pessoas no Espaço Cultural à espera de serem imunizados pela segunda vez, Geraldo disse que a falta foi ocasionada por uma redução na expectativa de recebimento de doses doses por parte do Ministério da Saúde, de aproximadamente 50% do previsto.

“Isso é um reflexo da escassez de vacinas no país inteiro e também em decorrência de que o cronograma do Ministério da Saúde foi modificado várias vezes, então a projeção de recebimento de doses havia sido bem maior no mês de abril e infelizmente houve uma diminuição de praticamente 50%. Isso que ocasionou momentaneamente alguns municípios não terem a segunda dose no tempo hábil”, disse.

“Ao mesmo tempo nós damos a tranquilidade ao cidadão e cidadã paraibana que isso não acarreta nenhum prejuízo à aplicação da segunda doses. Já existem trabalhos mostrando que o distanciamento entre a primeira e a segunda dose não acarreta diminuição na proteção daquela pessoa”, continuou.

Geraldo disse que quem já foi vacinado com a primeira dose da CoronaVac, que tem um prazo para tomar a segunda dose em até 28 dias, pode “esperar” para aplicar a segunda dose em até 30 dias após esse prazo de 28, desde que necessário (como por exemplo na falta de doses).

“A partir do 28º dia [data em que o cidadão pode esperar 30 dias para ser imunizado novamente]. Não existe no mundo inteiro essa resposta em definitivo. O que se sabe é que quando você espaça o tempo entre a primeira e a segunda dose durante um certo número de dias, não acarreta nenhum problema ao imunizado”, respondeu.

O secretário esclareceu ainda que a falta de imunizantes em alguns municípios e em outros não é de responsabilidade de cada município. Ele alegou que a secretaria estadual de saúde faz a distribuição como é recomendada pelo próprio ministério.

“As doses e o quantitativo de doses distribuídas são do Programa Nacional de Imunização. A utilização das doses, em quem aplicar e o quantitativo que aplicar é uma prerrogativa de cada município”, explicou.

Ainda sobre o tema, Geraldo disse que nessas cidades onde faltaram imunizantes, a procura é maior também por moradores de cidades vizinhas, e que esses municípios não podem se negar a vacinar pessoas de outras cidades.

“Do ponto de vista de vacinação, do Programa Nacional de Imunização, não existe escolha do munícipe. Todas as pessoas que procuram a sala de vacinação, dentro daqueles critérios prioritários, independente se ele é de João Pessoa ou de outro município. É esse o conceito geral do que é um programa de vacinação”, explicou.

Reclamações de entrega de doses

O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), tem reiteradamente reclamado publicamente de que a cidade tem sido desfavorecida na distribuição de vacinas. Perguntado sobre a mais recente reclamação, de que Campina Grande teria recebido 4 mil doses a menos do que o que deveria, Geraldo explicou que houve um erro na entrega do número de doses, a partir de uma duplicidade.

“É mais uma interpretação errônea do prefeito. Isso foi esclarecido ontem através de uma videoconferência de mais de quatro horas com o Ministério Público e com a gerência de vigilância e saúde do Estado e com todos os técnicos da secretaria estadual de saúde, mostrando que o que houve, foi que a gerente da 3ª região, para 42 municípios, emitiu uma guia de entrega duplicada. Isso foi uma informação em dobro para o Ministério da Saúde e no painel do Ministério havia uma duplicação no número de doses. Mas isso não implicou em diminuição no envio de doses para Campina Grande”, disse.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba