"Que fique na política"

Generais não querem retorno imediato de Pazuello ao Exército

Percepção é a de que não seria razoável ele deixar o Ministério e ir direto para o Exército

Generais da ativa veem um eventual retorno de Eduardo Pazuello ao Exército com restrições. Segundo a CNN, alguns oficiais têm receio de que a volta de Pazuello após 10 meses como Ministro da Saúde “contamine politicamente os quartéis”. O comandante do Exército, Edson Pujol, quer buscar a postura, em sua gestão, de se distanciar do Palácio do Planalto e mostrar que a força é de Estado, não de governo.

“Quem entrou na política, que fique na política”, disse um general, expondo a insatisfação dentro do Alto Comando do Exército em relação principalmente ao fato de Pazuello ter ignorado o apelo dos generais e se mantido na ativa, ao mesmo tempo em que era ministro.

A percepção é a de que não seria razoável ele deixar o ministério e ir direto para o Exército. Nesse sentido, há duas expectativas nas Forças Armadas em relação ao destino de Pazuello: uma, é a de que ele assuma um posto de adido no exterior, se houver uma vaga. Outra, é a de que ele ocupe um cargo no Ministério da Defesa, no qual vários integrantes das três forças executam tarefas administrativas.

Se ainda assim ele optar por retornar ao Exército, será necessário aguardar uma vaga. A designação dos oficiais generais para os cargos previstos é decisão do Comandante do Exército e não se pode criar cargos sem haver um processo que justifique essa criação.

Um outro general da ativa disse que “a bronca é grande entre os generais, pois ele sabe que não coadunamos com a mistura das Forças Armadas com a política”. Porém, disse acreditar que o “ethos militar” não deverá fazer com que ele seja colocado de escanteio, e que haverá o trabalho de tentar recebê-lo bem qualquer que seja sua função.

ANÁLISE

Parece até piada, em um país como o Brasil, que teve sua República fundada por militares e construída em pilares militares, ouvir dizer que o Exército não quer se misturar com a política. Se não quisesse, não teríamos vivido 21 anos de Ditadura. É a percepção do tenetismo, que os militares são salvadores da pátria e seu “partido é o Brasil”. Lema conhecido?

Fonte: CNN
Créditos: Polêmica Paraíba