Um moradora de Matão (SP) flagrou no domingo (26) um motociclista arrastando uma cadela com uma corda, em um cruzamento no Centro da cidade. As fotos foram postadas nas redes sociais e geraram revolta. A Polícia Civil investiga o caso e o homem, que é dono do animal, deve responder pelo crime de maus-tratos. A filha dele nega que Jully tenha sido arrastada e alega que ela caiu da moto. O animal está com ferimentos pelo corpo, mas passa bem.
A secretária Eloisa Cristina Freitas fez as fotos da cadela na Rua São Lourenço com a Avenida Padre Nelson. “A primeira vez em que vi a cachorra estava em pé correndo atrás da moto, pensei que fosse apenas um cachorro correndo atrás de seu dono”, afirmou Eloisa. Só depois ela percebeu que a cadela estava sendo arrastada.
‘Resmungou e seguiu”
Eloísa disse que tentou alertar o homem, mas não adiantou. “Quando olhei para trás ela já estava sendo arrastada, acho que se cansou e caiu. Minha primeira reação foi pedir ao motorista que parasse o carro. Estava em uma lombada e paramos. O mesmo parou a moto do nosso lado e não gostou que fechamos ele de carro, resmungou e seguiu”, contou. Revoltada, a secretária resolveu divulgar as fotos nas redes sociais.
Animal está bem
Com a placa da moto, a polícia chegou até a casa do dono do animal, juntamente com uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente de Matão. A cachorra Jully foi encontrada com ferimentos pelo corpo, mas o veterinário da prefeitura disse que não era grave.
“Desde ontem a gente recebeu a denúncia caracterizando maus-tratos ao animal, então a gente veio averiguar para elaborar o boletim de ocorrência sobre o fato acontecido. O animal está bem, tem alguns esfolados, com pequenos ferimentos, mas está com a saúde íntegra, está bem de saúde. Eles estão cuidando bem do animal, estão tratando de forma correta e fazendo a medicação que foi passada pelo veterinário”, afirmou a diretora do Meio Ambiente, Maria Bellintano.
Donos negam maus-tratos
Os donos negaram que a cadela tenha sido maltratada. A filha do motociclista, que não quis se identificar, afirma que Jully foi adotada há cinco anos e costuma fugir de casa e, com isso, o pai vai de moto procurar.
“Ela sempre foge, deixa o portão aberto ela foge. E como a gente sai sempre com o carro, o costume é prender ela com a corrente. E quando voltamos ela é solta. Ontem ela estava com a corrente e fugiu com a corrente”, disse a filha.
“Ela não foi arrastada. As fotos que tiraram ela está deitada no chão. Ela caiu , meu pai não viu que ela tinha caído, então realmente ele deu uma andadinha, mas na hora que a moça avisou, ele parou, falou para ela que não tinha visto, aí ele pegou a cachorra”, acrescentou a filha do motociclista.
Caso é investigado
A Polícia Civil investiga o caso e, segundo o delegado Alfredo Gagliano Júnior, o motociclista vai responder por maus-tratos aos animais independentemente se tinha ou não intenção de arrastar a cadela. Ele pode pegar de três meses a um ano de prisão.
“Se houve a intenção ou não como alega a família, o que ele cometeu é inadmissível. Então tem que ser apurado, o pessoal vai vir fazer a ocorrência, já está esclarecido e o fato vai ser apurado em termo circunstanciado”, explicou o delegado.
Durante a tarde desta segunda-feira (27), o delegado vai ouvir as testemunhas sobre o caso.