Indicados para presidir e relatar a CPI da Petrobras, Hugo Motta e Luiz Sérgio declararam à Justiça eleitoral ter recebido doações de empreiteiras acusadas na Operação Lava Jato de participar de esquema de cartel e propina na estatal
Hugo Motta e Luiz Sérgio: o primeiro teve 60% da campanha bancada por investigadas; o segundo, 40%
Indicados por suas bancadas para comandar as investigações da CPI da Petrobras na Câmara, os deputados Hugo Motta (PMDB-PB) e Luiz Sérgio (PT-RJ) receberam doações de empresas investigadas na Operação Lava Jato, que apura esquema de cartel e pagamento de propina a funcionários e políticos em troca de contratos com a estatal.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, 60% dos recursos declarados por Hugo Motta em sua campanha à reeleição saíram dos cofres de duas investigadas: a Andrade Gutierrez, que contribuiu com R$ 451 mil, e a Odebrecht, que doou R$ 742 mil. O peemedebista foi indicado pelo PMDB para presidir a CPI. A reunião de instalação da comissão está marcada para esta quinta-feira (26).
Indicado pelo PT para relatar as apurações da CPI, Luiz Sérgio teve 39,6% de sua receita de campanha bancados por empresas investigadas. O petista recebeu R$ 962,5 mil da Queiroz Galvão, da OAS, da Toyo Setal e da UTC, informam os repórteres Aguirre Talento e Márcio Falcão. Executivos da OAS e da UTC já respondem a ações penais por participação no esquema.
Em resposta à Folha, a assessoria de Hugo Motta alegou que o deputado não tem ligação com as empresas financiadoras e que os recursos foram repassados à sua campanha pelo diretório estadual do PMDB. Já Luiz Sérgio disse que não vai se manifestar sobre assuntos da CPI da Petrobras enquanto não tiver seu nome confirmado na relatoria.